CaixaBank “compra” 275 milhões de dívida de alto risco do BPI. Banco paga juro de 6,5%

O BPI vai emitir nos próximos dias 275 milhões de euros em títulos de dívida perpétua muito subordinada. Mas já tem comprador: é o CaixaBank, o seu acionista único. Paga taxa de 6,5%.

O Banco BPI prepara-se para emitir 275 milhões de euros em títulos de dívida com elevado grau de subordinação, sendo que já tem comprador: os espanhóis do CaixaBank, que detêm o banco português. Por esta emissão de dívida AT1, que vai elevar os rácios de capital da instituição portuguesa, o BPI vai pagar uma taxa de juro anual de 6,5%.

“A emissão de valores mobiliários representativos de dívida muito subordinada (AT1) tem por objetivo uma estrutura de capital mais otimizada, com uma distribuição de capital entre CET1, Tier 1 e Capital Total mais em linha com os limites previstos na CRR”, adianta o banco liderado por Pablo Forero em comunicado.

As condições da emissão foram conhecidas esta segunda-feira. Os valores mobiliários têm um valor nominal de 500 mil euros, são emitidos a um preço de emissão de 100% e remunerados a taxa de juro fixa inicial de 6,50% até à primeira call (taxa Swap 5
anos acrescida de um spread de 713.1 pontos base). “Caso a call não seja exercida, a taxa do cupão será refixada de cinco em cinco anos com referência à taxa Swap a 5 anos naquele momento, adicionada do spread inicial”, refere o banco.

O BPI explica que se trata de títulos de dívida perpétua, mas fica com opção de reembolso antecipado a partir do quinto ano.

A taxa de 6,5% compara positivamente com a taxa de 9,25% que o BCP pagou no início do ano para emitir 400 milhões também em títulos de dívida AT1.

Para que servirá esta dívida?

Esta dívida AT1 é considerada mais arriscada porque caso o BPI verifique uma deterioração do rácio de capital CET1 consolidado ou individual para um valor inferior a 5,125%, o mecanismo de absorção de perdas determina a redução automática do valor nominal dos valores mobiliários representativos de dívida muito subordinada em montante suficiente para repor o rácio CET1 para aquele nível.

“A redução do valor nominal dos valores mobiliários representativos de dívida muito subordinada poderá ser revertido por decisão discricionária do banco e desde que se encontrem reunidos os requisitos previstos na lei e regulamentação aplicável para que tal reversão possa ter lugar”, diz o banco.

O BPI acrescenta que “a emissão terá um impacto positivo nos rácios consolidados de capital Tier1 e total do Banco BPI de 1,6 pontos percentuais, calculados por referência a 30 de junho de 2019.”

(Notícia atualizada às 17h23)

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