Supervisores europeus com 5 medidas contra Brexit sem acordo
Os supervisores financeiros a nível da União Europeia, entre eles o português Gabriel Bernardino, presidente da EIOPA, propõem 5 ordens de medidas para dar resposta a um Brexit sem acordo.
Os supervisores europeus da banca, seguros e pensões reiteraram a sua preocupação pelas consequências de um Brexit sem acordo. Num novo documento, recentemente divulgado, identificam três principais riscos: incerteza quanto aos termos da saída do Reino Unido da União Europeia; Baixas taxas de juro que em conjunto com curvas de rendimento planas exercem pressão sobre os rendimento das instituições financeiras e levam ao incentivo de tomar risco para valorizarem os seus investimentos; Riscos da transição para uma economia mais sustentável e riscos ambientais relacionados.
As entidades estão reunidas no European system of financial supervision (ESFS), criado em 2010 na sequência da crise sub prime, e que se compõe do European Systemic Risk Board (ESRB) e de três European supervisory authorities (ESAs). Estas são a European Insurance and Occupational Pensions Authority (EIOPA), cuja presidência pertence ao português Gabriel Bernardino, o European Banking Authority (EBA) e a European Securities and Markets Authority (ESMA), responsáveis a nível central europeu por, respetiva e genericamente, seguros, bancos e bolsas.
Foi através das ESA, as autoridades de supervisão europeias, que o alerta para um Brexit sem acordo despoletou cinco ações concretas de resposta preventiva e que são:
- Planos de Contingência. Segundo a ESA as instituições financeiras e os supervisores devem continuar a trabalhar em planos de contingência e e garantir a continuidade dos negócios em caso de um brexit sem acordo. Tendo em consideração medidas adotadas pelas ESA’s, pelas autoridades nacionais de supervisão e por outras autoridades competentes, o setor financeiro financeiro da União Europeia deve estar bem informado e preparado para gerir os riscos em perspetiva micro.
- Cenário Prolongado de Baixas taxas de juro. Os supervisores lembram que as baixas taxas de juro são um importante motor de baixa rentabilidade bancária e são o principal risco para os setores dos seguros e dos fundos de pensões. Contribuem assim para uma maior acumulação de riscos de valorização, dirigindo os seus investimentos para ativos com pouca liquidez através de estratégias de procura de rendimento alternativo.
- Rentabilidade bancária. Os supervisores consideram ser necessária uma maior atenção aos bancos pouco rentáveis e aos seus modelos de negócio de modo a aumentar a resistência das instituições a um ambiente económico que gera maiores desafios. Investimentos em tecnologia e a consolidação no setor bancário, nomeadamente transfronteiriça, podem aumentar a rentabilidade dos bancos.
- Mercado de empréstimos alavancados. Os supervisores consideram que devem explorar-se mais os riscos relacionados com o mercado de empréstimos alavancados e com o mercado das obrigações no setor financeiro.
- Finanças sustentáveis. As autoridades de supervisão e as instituições financeiras devem continuar o seu trabalho na identificação exposições a riscos relacionados com o clima e facilitar o acesso dos investidores a ativos sustentáveis.
São estes as respostas a mais alto nível das decisões financeiras preconizadas pelos supervisores europeus, numa altura em que o Brexit sem acordo parece o caminho mais certo para o Reino Unido e para a União Europeia.
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