Teve um acidente? Cada sinistro custa 1.434 euros às seguradoras
O ano passado houve 900 mil acidentes de viação. Cada um custou, em média, 1.434 euros às seguradoras nacionais. O ramo automóvel continua a dar prejuízo. Foram 68 milhões de euros só em 2018.
As seguradoras portuguesas gastaram 1.289 milhões de euros com os 899.109 acidentes participados, em 2018, pelos segurados do ramo automóvel, revela o mais recente relatório da Associação Portuguesa de Seguradores (APS). Houve uma redução de 4% no número de sinistros face ao ano anterior. No entanto, o seu custo médio foi 5% superior — as companhias de seguros tiveram de pagar, em média, 1.434 euros por cada participação.
No final de 2018 existiam 7.678.150 veículos segurados em Portugal, dos quais 6,35 milhões (82%) eram ligeiros, 615 mil motociclos ou ciclomotores, 145 mil eram pesados, 330 mil agrícolas e 3,2% eram outros veículos, como máquinas industriais ou reboques, segundo dados da Autoridade de Supervisão de Seguros de Fundos de Pensões (ASF).
O ano passado, por cada 100 veículos 12 tiveram um sinistro, implicando 527 mil participações ao abrigo da responsabilidade civil obrigatória — menos 10,4% que em 2017 — e 436 mil participações ao abrigo de outras coberturas como danos próprios, pessoas transportadas e mercadorias transportadas (menos 5,5% face ao ano anterior). Pode acontecer que o mesmo veículo tenha mais que uma participação por ano, mas são casos pouco frequentes, explicou ao ECO fonte do setor.
O capital seguro por todos os veículos atinge os 120 mil milhões de euros o que resulta num valor médio de 15,7 milhões de euros por veículo, o dobro do mínimo obrigatório, provando que os portugueses estão a contratar seguros automóvel para além dos valores impostos por lei.
Atualmente, e no mínimo, a apólice de um veículo automóvel tem de cobrir 6,07 milhões de euros por acidente para danos corporais e 1,22 milhões de euros por acidente para danos materiais, num valor total de 7,29 milhões euros. O seguro obrigatório assegura o pagamento das indemnizações por danos corporais e materiais causados a terceiros e às pessoas transportadas, com exceção do condutor do veículo.
Ramo automóvel deu 68 milhões de prejuízo às seguradoras
O prejuízo para as seguradoras pela exploração do ramo automóvel atingiu 68 milhões de euros em 2018. As receitas provenientes de prémios emitidos foram de 1.719 milhões de euros, um valor 6,8% superior ao ano anterior, mas só os custos com indemnizações e provisões para eventuais custos com sinistros ascenderam a 1.289 milhões, uma taxa de sinistralidade de 75%. A estes valores devem ser adicionadas as despesas diretas das seguradoras na exploração do ramo, tendo o relatório da APS concluído que o conjunto dos custos em indemnizações, provisões e despesas diretas, um indicador designado por rácio combinado, resultou em 104% das receitas. Esta diferença de quatro pontos percentuais corresponde a um prejuízo de 68 milhões para as seguradoras em 2018.
No entanto, a taxa de sinistralidade baixou em 2018 relativamente ao ano anterior de 76,3% para 75% e, já este ano, um aumento dos preços dos prémios está a elevar o rácio combinado do ramo automóvel para 101%. O prémio anual médio por veículo, em 2018, foi de 223,92 euros, mais 5% do que em 2017, o que corresponde a um valor médio mensal 18,5 euros por veículo.
Para além do ramo automóvel, também o ramo Acidentes de Trabalho é um negócio deficitário para as seguradoras, tendo, neste caso, o rácio combinado atingido 107% no ano passado. No entanto, ramos como Vida e dentro do Não Vida, os ramos de Transporte Marítimo e Aéreo, com baixa sinistralidade, mais que compensam os prejuízos de automóvel e trabalho.
O conjunto das seguradoras em Portugal registou um resultado líquido de 525 milhões de euros em 2018 e os seus capitais próprios atingiram 5,4 mil milhões de euros para ativos de 56,5 mil milhões de euros.
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