5G: 60 redes vão estar ativas na Europa este ano e “Portugal não vai ser uma delas”

  • Lusa
  • 29 Outubro 2019

Alexandre Fonseca, presidente da Altice Portugal, afirma que a realidade demontra que Portugal "está a ficar para trás" em matéria de 5G.

O presidente da Altice Portugal afirmou esta terça-feira que, ainda este ano, 60 redes de 5G vão estar ativas na Europa e “Portugal não vai ser uma delas”, o que demonstra que o país “está a ficar para trás”.

Alexandre Fonseca falava à Lusa no final da sua participação no congresso Total Telecom, no painel de debate “Global telecom reimagined: a new telco for a new economy”, que decorre em Londres, no qual afirmou que “infelizmente Portugal está atrasado” no que respeita ao 5G (quinta geração móvel).

O gestor salientou ver “com preocupação” a posição de Portugal nesta matéria, apontado que “há seis, sete anos, quando se falava de Portugal nestes eventos” como a Total Telecom, “Portugal era visto como exemplo, nomeadamente na rede móvel“.

Aliás, “hoje vimos aqui Portugal como um exemplo na componente da fibra ótica”, no entanto, logo na abertura, “vimos que ainda este ano iria haver cerca de 60 redes 5G ativas na Europa”, apontou.

“E Portugal não vai ser uma delas de certeza absoluta”, lamentou.

Por isso, “é com preocupação que vemos, de facto, no caso do 5G, que Portugal está a ficar para trás relativamente a outros países onde as redes móveis têm um nível de maturidade e até um desempenho muito inferior”.

Para esta situação, “tem uma inequívoca responsabilidade o nosso regulador”, rematou.

A transformação que o 5G vão trazer, quer aos operadores, quer a todo o ambiente empresarial, foi um dos temas abordado no painel de debate.

O 5G, referiu Alexandre Fonseca, “vai obviamente transformar a empresa, porque” a quinta geração “não é uma nova forma de comunicação móvel”. Acima de tudo, “o 5G muda um conjunto de paradigmas. Obriga-nos a pensar numa lógica digital, uma lógica para monetizar o 5G, olharmos para a perspetiva dos nossos clientes empresariais, em particular na digitalização de processos”, apontou o presidente executivo da Altice Portugal.

Mais do que o facto de trazer mais capacidade, o 5G vai, “acima de tudo, permitir muito mais coisas ligadas à Internet, modelos de negócio em que as latências tendem para zero e, aí, o tecido empresarial tem de se transformar” e ser mais digital.

O 5G muda um conjunto de paradigmas.

Alexandre Fonseca

Presidente da Altice

“Somos uma empresa histórica que tem ainda uma forte componente que ainda não está automatizada, daí também que os projetos internos que estamos a fazer, de transformação de organização, são para termos uma empresa mais digital”, prosseguiu.

“Tem uma componente do mercado, da economia, das empresas, dos próprios Estados. Como é que outros ‘players’ que não são necessariamente os fornecedores do serviço 5G olham [para a tecnologia] como uma forma de transformarem os seus modelos de negócio e as suas cadeias de valor”, concluiu.

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