Governo italiano cria grupo de trabalho para acompanhar fusão entre PSA e Fiat Chrysler

  • Lusa
  • 3 Novembro 2019

O ministro italiano do Desenvolvimento Económico diz que a fusão dos dois grupos automóvel pode relançar o setor. Apesar disso, o governante revela preocupações com o emprego e a produção em Itália.

O Governo italiano decidiu convocar um grupo de trabalho permanente na sequência do anúncio da eventual fusão entre a italiana Fiat Chrysler e a francesa PSA para acompanhar e analisar as mudanças no setor automóvel.

“A fusão entre a FCA e a PSA é uma operação que constitui uma potencial oportunidade para relançar o setor automóvel, uma mudança de perspetiva nacional, já que cria um ‘campeão europeu’ da indústria”, afirma o ministro do Desenvolvimento Económico e membro do Movimento 5 Estrelas (M5S), Stefano Patuanelli, numa carta enviada ao diário italiano La Stampa e publicada no seu perfil do Facebook.

Patuanelli aplaude esta iniciativa entre os dois grupos, que criará o quarto colosso do motor do mundo, com sinergias estimadas em 3.700 milhões de euros, mas reconhece que gera algumas preocupações, especialmente no que se refere ao emprego e à produção em Itália.

“Por estas razões, decidimos convocar um grupo de trabalho permanente sobre automação no ministério, que terá como objetivo procurar ferramentas, também normativas, para fazer face às mudanças no setor”, disse.

O ministro italiano considera que esta indústria “vai experimentar uma mudança profunda nos próximos anos”, devido ao desenvolvimento das novas tecnologias, a transição para os veículos elétricos e a procura dos clientes, “que exigirá comprar mobilidade”, e por isso acredita que a política deve assumir “decisões estratégicas, de visão, de longo prazo, incluindo quando estas possam conduzir à perda de apoio do eleitorado”.

Neste sentido, o ministro citou o imposto que aprovou o anterior executivo, do M5S e da Liga, e que penaliza os automóveis mais contaminantes para incentivar a compra de veículos que protejam o meio ambiente, e também os investimentos desenvolvidos no país na denominada indústria 4.0, ou seja a das fábricas inteligentes.

O ministro defende que o Governo deve favorecer a transição tecnológica das empresas e assumir “medidas estruturais que beneficiem o tecido produtivo do país”.

Em 31 de outubro, o grupo francês PSA, fabricante da Peugeot, e a ítalo-americana Fiat Chrysler (FCA) anunciaram ter acordado “por unanimidade” uma “fusão das atividades dos dois grupos” para criar uma nova entidade com sede na Holanda.

“Os acionistas dos dois grupos passariam a deter, respetivamente, 50% do capital da nova entidade e, portanto, iriam partilhar em parte igual dos benefícios desta fusão”, é referido num comunicado conjunto.

O Conselho de Administração será composto por cinco membros nomeados pela Fiat-Chrysler e outros cinco pelo PSA, incluindo o português Carlos Tavares, como diretor-geral.

O ministro da Economia francês, Bruno Le Maire, congratulou-se com “o início das negociações entre os dois grupos”, mas prometeu que o Estado, acionista em 12% da PSA, vai continuar “particularmente vigilante” sobre o impacto na indústria francesa.

A fusão entre as duas construtoras será feita sem o “encerramento de fábricas”, garantiram as duas sociedades no mesmo comunicado conjunto, no qual precisaram que as sinergias anuais estão estimadas em 3,7 mil milhões de euros.

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