Governo suspende 18 obras na ferrovia do Norte e Centro
As 18 intervenções prioritárias na ferrovia do Norte e Centro apresentadas pelo Executivo em 2016 foram adiadas ou canceladas. Exemplo dessa suspensão é a eletrificação da linha do Douro ou do Minho.
A Ferrovia é considerada uma das grandes apostas do Governo. Ainda assim, 18 obras previstas no programa Ferrovia 2020 foram atrasadas ou adiadas pela Infraestruturas de Portugal (IP), sendo que pelo menos uma ficou sem data de execução, avança o Diário de Notícias (acesso pago). Este programa de recuperação e modernização dos caminhos-de-ferro foi apresentado em fevereiro de 2016 e previa um investimento de dois mil milhões de euros.
A eletrificação da linha do Douro, por exemplo, estava prevista estar terminada no final deste ano. No entanto, a eletrificação do troço entre Marco de Canaveses e a Régua foi cancelada devido a uma alteração do “consórcio projetista”. “As dificuldades técnicas evidenciadas pelo consórcio projetista obrigaram à revogação do contrato. A IP está atualmente a concluir a contratação de um novo consórcio projetista”, explica a empresa liderada por António Laranjo ao DN.
Também no Norte foi adiada a renovação do troço entre Válega e Espinho para 2022/2023, cuja conclusão estava prevista para setembro deste ano. “Nesta fase está a ser elaborado o projeto de execução, prevendo-se o lançamento do concurso de empreitada durante o ano de 2020”, esclarece a IP. Também a eletrificação da linha do Minho está a atrasada, sendo que apenas está concluída a sinalização.
O Diário de Notícias refere ainda que a ligação entre Espinho e Gaia só deverá estar terminada em 2022, o que representa um atraso de quase três anos relativamente à meta inicial. “Não temos quadros suficientes nas empresas, nem sequer na IP, como gente especializada em catenária. Também falta mão-de-obra para se poder fiscalizar as obras“, justifica o Bastonário da Ordem dos Engenheiros. Carlos Mineiro Aires sublinha que a isto “somam-se os maus financiamentos e o lançamento apressado de concursos”.
Além disso, há ainda um plano de renovação do troço entre a Covilhã e a Guarda, que deverá ficar pronto no terceiro trimestre de 2020, dois anos depois do previsto. A ligação entre a Pampilhosa da Serra e a Guarda vai estar encerrada entre o terceiro trimestre de 2021 e o primeiro trimestre de 2022. Pampilhosa da Serra e Mangualde só deverão ficar ligados em 2023.
No que toca à Beira Alta, a IP espera concluir os trabalhos no início de 2023. Por outro lado, na linha do Oeste a demora é ainda mais longa. No troço entre Mira Sintra-Meleças e Caldas da Rainha as obras só deverão arrancar no terceiro trimestre do próximo ano, precisamente na altura em que era previsto estarem concluídas. Já a Malveira e Torres Vedras deve ficar fechada entre novembro de 2021 e março de 2022. No Algarve, a eletrificação entre Tunes e Lagos e Faro e Vila Real de Santo António só deve ficar concluída em 2023.
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