Frasquilho admite que emissão de 375 milhões é bom sinal para entrada da TAP em bolsa

  • Lusa
  • 10 Dezembro 2019

"Não há data prevista" para a entrada em bolsa da TAP, mas o presidente do Conselho de Administração espera que, quando acontecer, "a recetividade da TAP possa ser, de facto, boa".

O presidente do Conselho de Administração da TAP, Miguel Frasquilho, considerou esta terça-feira que a recetividade do mercado à emissão de 375 milhões de euros de dívida da TAP é um bom sinal para uma possível entrada em bolsa. Questionado sobre se a emissão é um bom sinal para uma eventual IPO (initial public offering ou oferta pública inicial, método pelo qual uma empresa se torna de capital aberto e entra em bolsa), Miguel Frasquilho respondeu afirmativamente.

“Com certeza. A recetividade que a TAP teve nos mercados internacionais foi boa, foi positiva, e portanto também nos permite antever que, quando chegar o momento, e eu não sei quando será esse momento, pode ser num horizonte que não será certamente imediato, com certeza esperamos que a recetividade da TAP possa ser, de facto, boa”, disse aos jornalistas.

Em 22 de novembro, a TAP concluiu “com sucesso” a oferta de obrigações sénior a cinco anos, num total de 375 milhões de euros, com uma taxa de juro de 5,625%, de acordo com um comunicado divulgado pela companhia.

Miguel Frasquilho falava à margem da Shopping Tourism and Economy Summit, que decorreu esta terça-feira num hotel em Lisboa, e disse aos jornalistas que a entrada em bolsa “é um tema que recorrentemente aparece”.

“Não há data prevista para que possa acontecer, [mas] não significa que a médio prazo esse não seja um objetivo que devamos prosseguir, até porque faz parte do acordo que foi assinado entre o acionista Estado e o acionista privado, mas sem data marcada”, relembrou o responsável.

Sobre a operação da emissão de 375 milhões de euros em dívida a uma taxa de juro de 5,625%, Miguel Frasquilho disse que foi uma operação que “faz parte do dia-a-dia das empresas”, mas que na TAP não se lembrava de ver acontecer.

“A TAP financiava-se sempre por via dos mercados internos”, contraindo dívida “junto dos bancos portugueses”, ou através de “injeções de capital por parte do acionista Estado, que desde 1998 não acontecem”, afirmou Miguel Frasquilho.

Com esta emissão, “pela primeira vez em muitos anos a TAP foi ao mercado internacional, conseguiu financiar-se num empréstimo sem garantia do acionista Estado, numa taxa que não é muito diferente da que vários parceiros e concorrentes da indústria têm vindo a ter”.

“Desse ponto de vista pensamos que foi uma boa entrada nos mercados financeiros”, concluiu. Questionado sobre eventuais alterações à estrutura acionista da TAP que foram noticiadas pelo Jornal de Negócios, Miguel Frasquilho remeteu respostas tanto para o acionista privado David Neeleman como para o acionista Estado.

Miguel Frasquilho referiu ainda que as contas da empresa “irão certamente beneficiar de tudo o que tem vindo a ser feito”, referindo-se ao plano de transformação da empresa em curso.

O presidente executivo da TAP, Antonoaldo Neves, disse na semana passada, numa comunicação interna a que a Lusa teve acesso, que a emissão obrigacionista de 375 milhões de euros servirá para “pagar as dívidas que iam vencer em média no próximo ano e meio”.

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