É dia de eleições no Reino Unido. Estes são os cenários possíveis

Os britânicos vão às urnas. As sondagens apontam para uma vitória dos conservadores, mas a diferença para os trabalhistas é difícil de prever e pode estragar os planos de Boris Johnson.

Depois de atingir um impasse no Brexit, Boris Johnson decidiu avançar para eleições antecipadas. O objetivo do líder conservador é obter maioria no Parlamento para conseguir aprovar a legislação para a saída do Reino Unido da União Europeia. As sondagens indicam que deverá conseguir, mas o resultado pode surpreender, tal como já aconteceu nas eleições de 2017.

Os britânicos vão às urnas para eleger 650 deputados da Câmara dos Comuns. Para conseguir uma maioria confortável é preciso garantir 326 lugares. Há três cenários que poderão sair destas eleições, sendo que tudo dependerá da configuração do Parlamento.

  • Conservadores vencem

O resultado para o qual apontam a maioria das sondagens é uma vitória dos conservadores. Se conseguirem estar em maioria no Parlamento, o acordo para o Brexit firmado por Boris Johnson com Bruxelas deverá ser ratificado. O líder conservador já adiantou que queria levar o acordo de novo a votos até ao Natal.

Desta forma, o Reino Unido sairá da União Europeia em janeiro, mas o processo fica longe de estar concluído. Entra-se num período de transição, durante o qual tem de ser alcançado um acordo definitivo para a relação entre as potências, até ao final do ano.

  • Hung parliament

Se as eleições resultarem num “hung parliament“, onde nenhum partido tem maioria para fazer aprovar leis, o cenário fica semelhante àquele verificado antes das eleições. Os conservadores podem ter dificuldades em aprovar a legislação do Brexit, com a oposição dos restantes partidos, entrando num novo impasse.

No entanto, poderão fazer-se novas coligações ou acordos entre partidos, que formem uma maioria. Dependendo da composição do Parlamento, isto pode jogar a favor ou contra os partidos mais votados. Nas eleições de 2017, os conservadores fizeram um acordo com o DUP, o partido dos unionistas irlandeses, para obterem apoio para o Governo minoritário na altura liderado por Theresa May.

  • Trabalhistas vencem

É um cenário pouco provável, mas os trabalhistas podem sair destas eleições com o maior número de deputados. Todas as sondagens dão a vitória aos conservadores, mas os especialistas falam da possibilidade de o voto tático, ou útil, como é apelidado por cá, acabar por influenciar os resultados.

O sistema britânico funciona por maioria simples, sendo que, para vencer, um deputado só tem de ser o mais votado no seu círculo eleitoral. O voto tático consiste em votar no candidato que tem mais hipóteses de ultrapassar aquele que os eleitores podem desejar manter fora. Desta forma, os conservadores podem acabar por perder em alguns círculos eleitorais onde os britânicos votem fora do padrão habitual.

Jeremy Corbyn, líder dos trabalhistas, já adiantou que tem nos planos, se vencer, colocar o Brexit “em pausa”, renegociar o acordo com a União Europeia e fazer um novo referendo. Isto empurrava os prazos da saída do Reino Unido da UE mais para a frente, já que só para montar a logística necessária para um referendo são necessários cerca de seis meses.

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