ADSE tem 650 mil faturas de reembolso por validar

  • ECO
  • 24 Dezembro 2019

Falta de pessoal atrasa a validação das faturas. Membro do conselho diretivo da ADSE diz que são precisos mais de 70 trabalhadores para serviços funcionarem regularmente.

A ADSE tem “650 mil documentos de despesa entregues no regime livre pelos beneficiários e que estão por tratar” a que acrescem mais uma largas dezenas por digitalizar. Consequentemente, os atrasos nos reembolsos do subsistema de saúde dos trabalhadores do Estado são “enormes”. A denúncia é feita por Eugénio Rosa, membro do conselho diretivo da ADSE eleito pelos representantes dos beneficiários, que justifica estes atrasos com a falta de pessoal, avançam esta terça-feira o Público (acesso condicionado) e o Correio da Manhã (acesso pago).

O vogal da ADSE precisa que os 650 mil documentos por conferir nos serviços do subsistema “não incluem os que estão por digitalizar”, área onde “o atraso atinge duas semanas”, e antecipa que a demora no pagamento aos beneficiários “aumente no primeiro trimestre do próximo ano devido ao atraso na aprovação do Orçamento do Estado para 2020“. “Eis a forma como se estrangula e destrói a ADSE”, denuncia Eugénio Rosa.

O problema não é de agora, mas tem-se agravado, de acordo com os dados prestados aos beneficiários por Eugénio Rosa. O subsistema conta “atualmente com 194 trabalhadores, quando precisa de 270”, defende o responsável, para quem a falta de funcionários “está a estrangular a ADSE, a causar a insatisfação dos beneficiários e a fragilizá-la face aos grandes grupos privados de saúde”. O economista explica que cerca de 90%” dos documentos de despesa em análise “dão direito a reembolso” e, diariamente, chegam “cerca de 12 mil” para analisar. Perante os atrasos crescentes, as queixas acumulam-se no Portal da Queixa.

Eugénio Rosa critica ainda a intenção do Executivo de transformar o subsistema “numa associação mutualista, desresponsabilizando o Estado”, por considerar que isso irá permitir “a fácil e rápida captura da ADSE pelos grandes grupos de saúde”. A ideia foi defendida pela ministra da Administração Pública, Alexandra Leitão, em entrevista ao ECO: “Encaro muito a minha tarefa na ADSE como um esforço para a preparar para uma mutualização. Creio que esse é o caminho que a ADSE deve seguir. A ADSE é hoje em dia inteiramente financiada pelos seus beneficiários e, a partir do momento em que é inteiramente financiada pelos seus beneficiários, deve ser gerida pelos seus beneficiários. Acho que o caminho é o saneamento financeiro e a mutualização“.

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