Benfica vai poupar 1,2 milhões de euros com reembolso antecipado de dívida

Clube vai usar dinheiro em caixa para pagar 25 milhões aos obrigacionistas. Deixa em aberto pagar mais cedo a restante parte destes títulos, mas outras linhas não serão alvo de reembolsos antecipados.

O Benfica vai reembolsar antecipadamente parte da dívida que tinha emitido em 2018 junto de investidores de retalho. No total, serão pagos 25 milhões de euros que venciam apenas em 2021. A estratégia, que segue em linha com o objetivo de redução da dívida do grupo, vai gerar poupanças para as contas do clube.

A poupança gerada pelo reembolso antecipado de 25 milhões de euros nas contas da Benfica SAD terá um valor próximo de 1,2 milhões de euros“, explica fonte oficial do clube, em declarações ao ECO. Em causa está uma redução do valor de cada uma das obrigações do Benfica emitidas em 2018 e que pagam aos obrigacionistas uma taxa de juro de 4%, semestralmente até atingirem o prazo em 2021.

Cada obrigacionista vai receber, a 18 de janeiro, uma parte do valor investido: 2,78 euros por cada cinco euros (valor de uma obrigação) investidos. O clube oferece um prémio de 1,25% sobre o montante antecipadamente reembolsado (ou seja 0,03475 euros por título) e vai, no mesmo dia, pagar o juro semestral de 4% devido (no montante de 0,10 euros), mas ainda assim gastará menos do que se as obrigações atingissem a maturidade.

"A poupança gerada pelo reembolso antecipado de 25 milhões de euros nas contas da Benfica SAD terá um valor próximo de 1,2 milhões de euros.”

Fonte oficial do Benfica

Após a operação, cada obrigação viva fica a valer 2,22 euros, o que significa que — desta linha de obrigações — ficam no mercado cerca de 20 milhões de euros. No total, “a dívida da Benfica SAD em financiamentos sujeitos a encargos financeiros (empréstimos obrigacionista e outros) será de 118,5 milhões de euros“. O valor compara com 146,2 milhões de euros em junho.

Esta não é a primeira vez que o Benfica reembolsa antecipadamente obrigações (já o fez em 2019 e em 2018), sendo que tal como nas últimas vezes vai usar “disponibilidades de tesouraria da própria Benfica SAD”. E não exclui voltar a fazê-lo.

“Sempre que houver excedentes significativos de tesouraria, a Benfica SAD procurará reduzir, de forma progressiva e sustentável, o seu endividamento“, revelou o Benfica, acrescentando que “não está definida” uma meta.

Assim, os restantes 20 milhões de euros que ficam no mercado também poderão não chegar ao prazo previsto, em 2021. “Relativamente ao empréstimo obrigacionista Benfica SAD 2018-2021, poderão ocorrer mais reembolsos antecipados caso existem excedentes de tesouraria“, explica o Benfica, clarificando que quanto a outras linhas de obrigações, não será possível porque “não está previsto nos prospetos”.

"Relativamente ao empréstimo obrigacionista Benfica SAD 2018-2021, poderão ocorrer mais reembolsos antecipados caso existem excedentes de tesouraria.”

Fonte oficial do Benfica

Depois dessa emissão que aconteceu em julho em 2018, o Benfica colocou outros 40 milhões de euros em dívida em maio deste ano. Quase 5.000 os investidores subscreveram os títulos emitidos nessa operação, em que eram oferecida uma taxa de juro de 3,75%.

O anúncio do reembolso foi feito numa altura em que o Benfica está também a recomprar ações. O clube lançou uma oferta pública de aquisição (OPA) parcial sobre a SAD, em que pretende comprar os títulos que estão dispersos por pequenos investidores.

A SAD do Benfica considerou “oportuna” a oferta apresentada pelo clube, sendo que uma das razões para essa posição prende-se com o facto de estar excluída a possibilidade de a SAD deixar de ser cotada na bolsa de Lisboa. Assim, disse no final de novembro, “não prejudica o modelo de financiamento da Benfica SAD que tem sido seguido nos últimos anos, concretamente o recurso a ofertas públicas de subscrição de obrigações”.

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