Benfica mantém ações da SAD em bolsa para continuar a emitir dívida

A SAD está favorável à OPA lançada pelo Benfica. Destaca o facto de continuar cotada, o que "não prejudica o modelo de financiamento", com recurso a emissões de obrigações no retalho.

A SAD do Benfica considera “oportuna” a oferta apresentada pelo clube. Uma das razões para essa posição prende-se com o facto de a oferta ser parcial, mantendo-se a SAD cotada na Euronext Lisboa. Assim, diz, “não prejudica o modelo de financiamento da Benfica SAD que tem sido seguido nos últimos anos, concretamente o recurso a ofertas públicas de subscrição de obrigações”.

Além de salientar a defesa contra ataques hostis, a administração da SAD vê mérito na oferta pelo facto de ser parcial, o que “permite manter as ações que representam o capital social da Benfica SAD admitidas à negociação no mercado regulamentado Euronext Lisbon”, refere o documento enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), em resposta à OPA lançada pelo Benfica.

Neste sentido, esta OPA “não prejudica o modelo de financiamento da Benfica SAD que tem sido seguido nos últimos anos, concretamente o recurso a ofertas públicas de subscrição de obrigações”, acrescenta.

Este modelo de financiamento, através da emissão de obrigações para investidores de retalho, “está dependente do cumprimento de certos requisitos legais, que não são aplicáveis às sociedades que, a exemplo da Benfica SAD, emitam ações admitidas à negociação em mercado regulamentado (…)”, nota a SAD.

“Assim sendo, nas atuais circunstâncias e para manter plenamente aberta esta via de captação de financiamento, a Benfica SAD deverá manter o seu estatuto de sociedade emitente de ações admitidas à negociação em mercado regulamentado”, remata.

Foco na redução do passivo

A SAD tem vindo a recorrer a empréstimos obrigacionistas junto de pequenos investidores como forma de substituir o endividamento junto da banca, isto ao mesmo tempo que baixa o custo dessa dívida. Esta estratégia pode, com a OPA a ser parcial, ser prosseguida. O objetivo último é, claro, a redução do passivo.

A administração da SAD lembra que na OPA o Benfica dá garantias de que o objetivo será o de continuar o trabalho prosseguido nos últimos anos. “A este respeito, pode ler-se no projeto de prospeto recebido pela Benfica SAD em 22 de novembro de 2019 que ‘a estratégia financeira a adotar após a conclusão da oferta dará sequência à política atualmente seguida ao nível da sociedade visada, procurando reduzir custos de financiamento e reduzir o passivo‘”, recorda.

Recorde-se que na última temporada, o ativo da SAD superou a fasquia dos 500 milhões, isto ao mesmo tempo que o passivo diminuiu 13,7 milhões de euros para 384 milhões, fruto da “variação das rubricas de empréstimos obtidos e de fornecedores e outros credores”. Deste modo, os “capitais próprios atingiram os 116,2 milhões de euros à data de 30 de junho de 2019, o que significa que foi alcançado um importante marco para a Benfica SAD: o valor dos capitais próprios ultrapassa o seu capital social, que corresponde a 115 milhões de euros”.

(Notícia atualizada às 21h08 com mais informação)

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