Crédito Agrícola vendeu imóvel a mãe de gestor da equipa de Licínio Pina
Sérgio Frade, administrador do Crédito Agrícola e membro da equipa de Licínio Pina, esteve presente na reunião que aprovou a venda de um imóvel a uma empresa gerida pela própria mãe.
O Crédito Agrícola aprovou a venda de um imóvel na posse do banco a uma empresa gerida pela mãe de um administrador do próprio banco, Sérgio Frade, que esteve presente na reunião em que a operação foi validada.
O caso não é novo e remonta, pelo menos, a 2014, sendo outra das manchas na reputação do Crédito Agrícola, a par da decisão de contratar a esposa de Licínio Pina, presidente executivo, para dar “estabilidade emocional” ao marido.
No entanto, uma auditoria forense encomendada pelo Banco de Portugal (BdP) à consultora EY não deixou de fazer um reparo: Sérgio Frade, que era — e ainda é — membro do conselho de administração do Crédito Agrícola, deveria ter-se abstido e ate autoexcluído de participar na reunião que aprovou a venda do imóvel a uma empresa gerida pela sua mãe, Gracinda Raposo, noticia o Público (acesso condicionado) este sábado.
Apesar das suspeitas iniciais de que tenha havido um entendimento em causa própria, foi concluído que o preço da venda do imóvel foi o de mercado, tendo a transação sido fechada em 2018, segundo o jornal. O Banco de Portugal também considerou não haver conflito de interesses e manteve a idoneidade a Sérgio Frade. O ativo em causa, que foi vendido, é a moradia Prémio Valmor, situada na Avenida da República, em Lisboa.
O Público também dá mais detalhes sobre o caso que marcou o final de 2019 na banca portuguesa: a confirmação de que a esposa de Licínio Pina, presidente executivo do Crédito Agrícola, recebia do banco para dar “estabilidade emocional” ao marido.
De acordo com o jornal, Licínio Pina, que vivia em Seia, foi convidado em 2012 a substituir João Costa Pinto na presidência do Crédito Agrícola. No entanto, isso implicava mudar-se para Lisboa. O gestor colocou a condição de que a esposa, Maria Ascensão Pina, pudesse ingressar no grupo. Na altura, ficaram definidas restrições: o ordenado sairia do pacote remuneratório de Licínio Pina e, caso este abandonasse o cargo, a esposa não teria direito a qualquer compensação.
Segundo o Público, o supervisor liderado por Carlos Costa acabou por concluir que Licínio Pina não interveio diretamente na decisão, que foi uma agilização do Conselho Geral e de Supervisão. Mas foi o próprio BdP que acabou por dar ordem, em 2019, para que fosse terminada essa relação contratual, tendo as notícias sido conhecidas já em dezembro.
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