BPI alerta que investigação a Isabel dos Santos pressiona Nos. Ações seguem no verde em Lisboa

Apesar de alertar para a pressão do caso sobre a operadora de telecomunicações, o CaixaBank / BPI considera improvável qualquer interferência na governação corporativa da Nos.

A investigação à empresária Isabel dos Santos poderá pressionar as ações da telecom Nos, mas não coloca em causa a gestão da empresa. É esta a convicção dos analistas do CaixaBank / BPI no seguimento dos Luanda Leaks, que divulgaram este domingo alegadas transferências de 115 milhões de dólares de fundos de Angola para o Dubai ordenadas pela angolana.

O Expresso avançou este domingo uma investigação levada a cabo pelo semanário e pela SIC, e coordenada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ), que indica que Isabel dos Santos terá feito com que a Sonangol, petrolífera para a qual tinha sido nomeada presidente pelo pai quando este ainda era o Chefe de Estado de Angola, transferisse fundos públicos para o Dubai.

A situação “poderá criar maior pressão sobre a NOS e aumentar a especulação sobre a posição de Isabel dos Santos na Nos“, afirmam os analistas do CaixaBank / BPI, numa nota de research. A empresária — cujos bens em Angola foram arrestados pelo Tribunal a pedido do Estado angolano, que reclama vários pagamentos — é acionista de quatro empresas em Portugal, incluindo as duas cotadas Nos e Galp.

Apesar de alertar para a pressão do caso sobre a operadora de telecomunicações, o CaixaBank / BPI ressalva: “Não acreditamos que seja provável qualquer interferência na governação corporativa da empresa dado que a gestão foi recentemente reeleita“, refere.

“Em suma, é barulho adicional para a empresa enquanto investimento após as preocupações levantadas em relação à concorrência que poderão afastar os investidores”, acrescentam os analistas, numa altura em que as fidelizações das telecom tem levantado dúvidas do regulador, levando as várias empresas a reverem estratégias.

O CaixaBank / BPI atribui atualmente um preço alvo de 6,5 euros por ação da Nos, com recomendação de “compra”. Ou seja, apesar dos alertas, o banco de investimento ainda vê potencial de valorização dos títulos. E os investidores também não parecem muito preocupados: esta segunda-feira, as ações seguem a ganhar 0,2% para 4,968 euros.

Já a Galp avança 0,57% para 15,105 euros por ação. Neste caso, os analistas — que colocam o preço-alvo das ações nos 15,60 euros com recomendação de “manter” — não fazem alertas, lembrando apenas que a posição é indireta: Isabel dos Santos detém 40% da holding Esperaza, enquanto a Sonangol é dona dos restantes 60%, sendo que a Esperaza tem 45% da holding Amorim Energia (e a família Amorim tem os outros 55%) e é esta que controla 33,34% do capital da Galp.

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