FMI corta previsões para economia mundial e Zona Euro este ano
O FMI reviu em ligeira baixa as previsões para a economia mundial e Zona Euro em 2020. O Fundo não atualizou previsões para Portugal, mas adianta que Alemanha e Espanha explicam corte no euro.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou as previsões de crescimento para a economia mundial e para a Zona Euro para 2020 em uma décima, respetivamente para 3,3% e 1,3%, mas está menos pessimista quanto aos riscos que podem afetar a atualização de projeções divulgada esta segunda-feira no âmbito do Fórum Mundial de Davos, na Suíça. A instituição liderada por Kristalina Georgieva reviu em baixa as projeções da Índia, mas também da Alemanha e Espanha para onde seguem mais de um terço das exportações portuguesas de bens.
O Fundo vê a economia mundial a crescer 3,3% este ano, depois de, no ano passado, ter aumentado 2,9%. Em 2021, o PIB deverá subir 3,4%. Isto significa que a instituição sediada em Washington antecipa uma aceleração da economia mundial, embora esteja ligeiramente menos otimista face à previsão anterior.
No entanto, em outubro, quando apresentou o último World Economic Outlook, o FMI esperava que o crescimento este ano e em 2021 fosse maior. Agora fez um corte de uma décima em 2020 (e também em 2019) e de duas décimas em 2021.
A Índia foi a grande responsável por esta alteração, em resultado de uma situação de “stress no setor não financeiro” e de um “declínio no crescimento do crédito”. O crescimento económico na Índia deverá ser de 5,8% este ano, menos 1,2 pontos percentuais do que o FMI antecipava em outubro. Em 2021, a economia indiana deverá crescer 6,5%, nove décimas menos do que o projetado antes.
França e Itália aguentam. Alemanha e Espanha crescem menos que o previsto
No bloco do euro, a revisão em baixa na previsão para este ano é também de uma décima, tal como no conjunto da economia mundial. O PIB no euro deverá crescer 1,3% este ano, depois de no ano passado ter aumentado 1,2%. Para 2021, está prevista uma subida do PIB de 1,4%.
O Fundo vê as economias francesa e italiana com o mesmo desempenho que via em outubro, mas a Alemanha e a Espanha deverão crescer menos. O PIB da economia germânica deverá subir 1,1% este ano, menos uma décima do que o projetado em outubro, e a economia espanhola cresce 1,6%, o que representa um corte de duas décimas na previsão.
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), para Espanha seguiram 25,4% das exportações de bens produzidos em Portugal em 2018. Para a Alemanha, foram 11,5% dos produtos nacionais. Isto significa que para estes dois países foram 36,9% das exportações portuguesas, mais de um terço do total.
Para a revisão em baixa feita pelo Fundo contribuíram um desempenho pior que o previsto na indústria alemã na reta final de 2019. No caso espanhol, a causa para o corte nas previsões está no consumo interno e nas exportações, uma evolução que terá reflexos em 2020.
Apesar do corte de previsões, o Fundo vê a possibilidade de alguma tendência de estabilização na economia mundial e de uma retoma lenta. O FMI continua a ver riscos em sentido descendente, embora menos acentuados do que em outubro.
“O início dos sinais de estabilização podem persistir, levando a uma dinâmica favorável entre despesas de consumo que ainda se mostram resilientes e a melhoria nos negócios”, diz o FMI, admitindo que a política monetária, as melhorias no sentimento económico depois do acordo comercial EUA/China e o enfraquecimento de alguns problemas internos nos mercados emergentes podem levar a uma recuperação maior do que o esperado agora.
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