Construtoras nacionais asseguram apenas um quarto das grandes obras

  • ECO
  • 4 Fevereiro 2020

Os concursos públicos de maior dimensão foram adjudicados, na maior parte, a construtoras espanholas. Empresas portuguesas pedem "condições de financiamento" e "fiscalidade" mais competitivas.

De todas os concursos de obras públicas de maior dimensão lançados desde 2018, as construtoras nacionais, isoladamente, asseguraram apenas um quarto do valor adjudicado. A liderar estes concursos estiveram as empresas espanholas, com vitórias acima dos sete milhões de euros, na ferrovia, metros e hospitais, avança o Jornal de Negócios (acesso pago).

Em 2018, as construtoras portuguesas conseguiram assegurar 40% do valor adjudicado esse ano em empreitadas (132,8 milhões de euros de 335,7 milhões de euros). No entanto, no ano passado, esse peso afundou para 9% do total (8,99 milhões de 206 milhões), e este ano, em três concursos, não vão além dos 5% (9,68 milhões de 206,3 milhões).

Desde janeiro de 2018 até agora, os dois concursos de maior dimensão foram ganhos por duas construtoras espanholas. A Sacyr ficou com a empreitada de construção do subtroço Alandroal-Linha do Leste, por mais de 130 milhões de euros, enquanto a Acciona assegurou a empreitada do Hospital de Évora por 148,9 milhões de euros. No futuro, a renovação do troço Ovar-Gaia também irá para uma espanhola, dado que as empresas portuguesas ou não concorreram ou apresentaram preços acima do valor-base, ficando apenas em jogo o consórcio da Azvi e a Sacyr.

Em declarações ao Negócios, o presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI), explica que o setor precisa “de reciprocidade no tratamento e a verdade é que isso nem sempre acontece, em especial em mercados que nos são próximos”. Na opinião de Manuel Reis Campos, as empresas nacionais “devem ter acesso a condições de financiamento e estar sujeitas a uma fiscalidade que lhes permita ser competitivas”.

Compete ao Governo criar condições para que as empresas portuguesas se possam posicionar em igualdade de circunstâncias com os demais concorrentes vindos da restante Europa”, remata o representante das construtoras.

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