Hub do Beato arranca obras de infraestruturas. Primeiros moradores deverão instalar-se no 2.º semestre de 2020

Obras de infraestruturas arrancaram em janeiro. Primeiros moradores deverão instalar-se no segundo semestre de 2020.

O espaço de manutenção militar com 35 mil metros quadrados passou do Governo português para a Câmara de Lisboa por um período de 50 anos.D.R.

O Hub do Beato está em obras: mais de três anos e meio depois do primeiro anúncio, começaram em janeiro os trabalhos de infraestruturas naquele que será o grande hub empreendedor na cidade de Lisboa.

“Estamos a falar de uma obra de infraestruturas, refazer a rede de águas, esgotos, abastecimento de energia elétrica, gás, telecomunicações, tratamento de resíduos, pavimentação, zonas verdes”, explica Miguel Fontes, diretor executivo da Startup Lisboa — que gere o processo –, sobre esta fase do projeto que tem conclusão prevista para junho de 2020. Esta fase inclui dois momentos distintos: aos primeiros trabalhos de infraestruturas vai juntar-se a intervenção na rua da Manutenção Militar (ligação à Avenida Infante D. Henrique), que deverá decorrer até março e que deverá incluir um reforço na oferta do transporte público.

Anunciado o acordo entre o Estado e a autarquia lisboeta em junho de 2016, a Startup Lisboa assumiu desde o dia 1 a gestão do projeto. Os primeiros “moradores” do espaços deveriam ter-se mudado para o local no final de 2018 mas a mudança tem sido adiada sucessivamente por “questões que são inerentes a estes projetos”.

“O que nos move aqui não é o projeto imobiliário, mas o conceito”, assegura o responsável da incubadora lisboeta que acaba de cumprir oito anos, sublinhando: “O espírito deste projeto é procurar levá-lo a bom porto. Há aqui um ‘capital de risco’ que estas entidades assumiram, de alguma incerteza. Não é uma operação imobiliária simples, há aqui uma relação de confiança mútua”.

As parcerias fechadas e em processo no Hub do Beato no início de fevereiro de 2020.D.R.

Esta manhã, num pequeno-almoço que teve como objetivo fazer um “ponto da situação daquele que é o projeto mais prioritário que a Startup Lisboa tem a seu cargo”, Miguel Fontes anunciou ainda que o plano para o Hub do Beato prevê a construção de um parque de estacionamento com três pisos em silo e três pisos subterrâneos, tendo como referência a rua da Manutenção, assim como uma ligação pedonal entre a rua do Grilo e a da Manutenção.

A Câmara Municipal de Lisboa anunciou que iria gastar 20,3 milhões de euros na recuperação e reabilitação do Hub Criativo do Beato em 2019. O valor constava do orçamento da autarquia para o ano passado. O projeto, gerido desde o dia 1 pela Startup Lisboa, incubadora lisboeta, foi anunciado em 2016 e tem, desde essa altura, recebido eventos relacionados com o ecossistema empreendedor nacional e promovidos por entidades como incubadoras, aceleradoras e conferências internacionais. Como principais objetivos tinha a retenção dos efeitos positivos do Web Summit no ecossistema empreendedor da cidade e, ao mesmo tempo, a ideia de posicionar Lisboa como hub inovador e criativo.

O encontro com jornalistas serviu também para uma visita ao espaço, que conta com mais de 35 metros quadrados de área disponível e já com previsão de ocupação quase na totalidade. Além da berlinense Factory, a primeira a anunciar a sua mudança para o Hub do Beato, o espaço vai acolher um polo da EGEAC que terá como objetivo essencial a preservação da memória histórica do espaço, sobretudo da fábrica de moagem e a integração deste espaço no século XXI, o projeto The Browers, do grupo Super Bock, o espaço “Praça”, que desenvolverá os conceitos de restauração do espaço, e ainda o CoRepair, um espaço baseado no conceito de economia circular e que fará a reparação de eletrodomésticos. No espaço da Startup Lisboa (no edifício da antiga fábrica do pão, funcionará também o espaço tb.lx, da Daimler, que contará com outro escritório, da Mercedes.io, no espaço da Factory Lisbon.

O projeto tem sido, ao longo dos anos, desenvolvido segundo quatro eixos distintos, assentes no empreendedorismo, tecnologia, indústrias criativas e inovação aberta. “Um conceito que se quis que fosse o mais aberto possível à comunidade. Não podíamos criar um hub de costas voltadas para o bairro, numa lógica no sentido de integração com o ritmo da própria zona”, acrescenta Miguel Fontes.

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