“Neeleman prepara-se para vender a TAP”. Se houver prémios, Estado convocará AG para destituir gestão, diz Marques Mendes

Marques Mendes revelou que David Neeleman está a negociar a venda da sua posição na TAP a “uma grande companhia aérea europeia”. O ECO já tinha noticiado que a Lufthansa era a mais bem posicionada.

É uma das polémicas que marcou a semana, o confronto entre o ministro Pedro Nuno Santos e os acionistas privados da TAP.

O ministro das Infraestruturas criticou as contas da companhia que previam lucros, mas que acabaram por dar prejuízos. “O orçamento da TAP que a comissão executiva apresentou ao Conselho de Administração para 2018 e para 2019 previa lucro. Aquilo que nós tivemos não foi um desvio qualquer, de lucro para mais de 100 milhões de euros de prejuízo”, referiu o ministro das Infraestruturas e da Habitação, que falava aos jornalistas esta semana à margem do almoço/debate no International Club of Portugal.

Sobre este tema, na SIC, Marques Mendes considerou que “Pedro Nuno Santos tem razão, já que não é um desvio qualquer”. E anunciou que David Neeleman, o maior acionista privado da TAP, prepara-se para vender a posição que detém na companhia de bandeira portuguesa.

O comentador revela ainda que as negociações para a venda “estão bem encaminhadas” para que Neeleman aliene a sua posição a “uma grande companhia aérea europeia”.

O ECO noticiou em novembro que a Lufthansa estava à frente na corrida para entrar no capital da TAP e, a 14 de fevereiro, antecipou também em primeira mão que a Luftansa e a United estavam em parceria nas negociações com Neeleman. Segundo revelaram ao ECO duas fontes conhecedoras deste processo, as negociações com outras companhias aéreas continuam: Lufthansa, United Airlines (estes coordenados com os alemães) e Air France/KLM. O objetivo de Neeleman é vender já uma parte da sua posição acionista e vender o resto a prazo. Outra alternativa é uma operação de dispersão de capital da TAP em bolsa, opção que o Governo de António Costa não quer.

O capital da TAP é detido em 50% pelo Estado, em 5% pelos trabalhadores e em 45% pelo consórcio Atlantic Gateway de David Neeleman e Humberto Pedrosa.

Além dos prejuízos, o Estado e os privados da TAP não se entendem sobre o pagamento de prémios num ano em que a companhia aérea teve prejuízos. Marques Mendes referiu no seu comentário na SIC que “se a gestão for para frente, o acionista Estado irá convocar uma assembleia geral para pedir a destituirão da administração”. Confirmando assim a notícia em primeira mão do ECO Insider — a newsletter do ECO exclusiva para assinantes — desta sexta-feira.

Depois da polémica do ano passado, Mendes defendeu que pagar prémios este ano “seria mais grave porque já se sabe qual é a posição do acionistas Estado”. Recorde-se que Pedro Nuno Santos afirmou esta semana que seria “imoral” a TAP pagar prémios quando tem prejuízos de mais de 100 milhões de euros.

Se houver prémios na TAP, o ministro Pedro Nuno Santos fica desautorizado”, sentencia Manques Mendes que afirma “que não faz sentido dar prémios só a alguns e não dar aos outros 99% dos trabalhadores. Não é justo, o ministro tem toda a razão”.

(Notícia atualizada às 21h23)

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