Plataforma de Media Privados defendem “medidas urgentes” para setor
A Plataforma de Media Privados manifestou a sua preocupação perante a ausência de um programa de ação dirigido aos media, face aos impactos do novo coronavírus, e defendeu "medida urgentes".
O Governo apresentou um conjunto de medidas para mitigar o impacto económico do novo coronavírus nos diversos setores em Portugal. No entanto, apesar de encarar positivamente as medidas anunciadas pelo Executivo, a Plataforma de Media Privados (PMP), que reúne cinco grupos de média privados, apela para a criação de um programa dedicado aos media.
A Plataforma, que representa os grupos Cofina (que detém o Jornal de Negócios e a Correio da Manhã, entre outras publicações), Global Media (dono da TSF, Diário de Notícias, Jornal de Notícias, Dinheiro Vivo, entre outros), Media Capital (TVI, Rádio Comercial, entre outros), Público e Renascença considera que a atual crise “terá fortes impactos negativos em todo o tecido económico e social”, nomeadamente na queda de receitas, “os fortes acréscimos de custos, as dificuldades na produção, logística e distribuição de publicações”, aponta em comunicado.
Nesse sentido, a PMP considera que “se nada for feito” para apoiar os grupos de media, que pretendem “manter-se ao serviço de todos”, poderá estar comprometida a sobrevivência dos mesmos.
Perante isto, a plataforma pede “medidas urgentes” ao Governo, apontando que “não pode deixar de exprimir a sua surpresa e preocupação face à ausência de um programa de ação dirigido aos media“. E adianta: “Pelos profundos impactos da atual crise sobre o setor, não esperamos menos do que o previsto para os setores do turismo e da cultura”.
“Apesar de encarar positivamente as medidas anunciadas pelo Governo no tocante à flexibilização das contribuições tributárias, registamos que nada é avançado para eliminar a situação de imoralidade fiscal de que beneficiam as plataformas e outros concorrentes globais instalados no nosso território“, aponta a PMP.
“A introdução de obrigações sobre estes atores permitiria, a um tempo, mitigar os efeitos orçamentais negativos da crise e introduzir decência no mercado, agora especialmente fragilizado”, prossegue ainda a Plataforma de Media Privados.
A plataforma refere ainda que o estado de emergência decretado pelo Presidente da República e em vigor até dois de abril “não deve colocar entraves ao funcionamento da cadeia de valor informativa, da produção à distribuição, incluindo a manutenção dos pontos de venda”, pois “não teremos forma de cumprir a nossa missão se tal não se verificar, e todos ficaríamos a perder“, alerta.
Por fim, a PMP “manifesta o seu total empenho na ultrapassagem da grave crise sanitária provocada pelo vírus covid-19”, referindo que os media portugueses “têm demonstrado uma abnegação sem reservas, não se furtando a riscos e sacrifícios no exercício da sua missão”.
Na quinta-feira, o Dinheiro Vivo noticiou que a PMP, constituída pelos grupos editoriais Cofina, Global Media, Impresa, Media Capital, Público e Renascença, vai pedir um plano de resgate para os media em Portugal para mitigar o impacto da pandemia do novo coronavírus.
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