Covid-19: Angola pára por 15 dias a partir de 3.ª feira para prevenir propagação

  • Lusa
  • 23 Março 2020

A partir de terça-feira, escolas, universidades, igrejas e outros espaços que concentram grande número de pessoas suspendem atividades em Angola para tentar travar a pandemia da Covid-19.

Escolas, universidades, igrejas e outros espaços que concentram grande número de pessoas suspendem, a partir de terça-feira, atividades em Angola para tentar travar a pandemia da Covid-19, havendo também novas regras para entidades públicas e privadas.

Com o feriado que marca hoje o Dia da Libertação da África Austral a prolongar o fim de semana, terça-feira foi o dia escolhido para a entrada em vigor das medidas com que Angola espera travar a doença, que incluem o fecho de fronteiras e a proibição de aglomerações públicas com mais de 200 pessoas.

Além da suspensão das aulas, muitas empresas decidiram privilegiar o teletrabalho, incluindo a petrolífera estatal Sonangol, onde trabalham cerca de 2.000 pessoas.

Também vários bancos angolanos implementaram medidas extraordinárias de prevenção passando a fazer o atendimento de clientes à porta fechada.

Ministérios e organismos públicos emitiram também circulares internas definindo novas regras: em muitos casos o atendimento ao público passa a ser feito em função de um agendamento prévio e a prova de vida de pensionistas foi adiada para evitar aglomerações de pessoas.

As visitas a reclusos estarão interditas temporariamente.

As atividades políticas vão igualmente estar condicionadas. A Assembleia Nacional decidiu, no dia 18 de março, adiar as reuniões plenárias e partidos como a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) e a Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE) reviram o seu calendário de atividades, adiando encontros, congressos e festejos.

Concertos cancelados e salas de cinemas e restaurantes encerrados são outras das consequências da epidemia que Angola quer a todo o custo tentar evitar.

Alguns restaurantes passaram a anunciar nas redes sociais alternativas para continuar a funcionar que passarão a disponibilizar entregas ao domicílio ou em regime de “drive in”, entregando as encomendas em parques de estacionamento.

As competições desportivas oficiais, de recreação e atividades juvenis, estão também suspensas por um período de 15 dias, bem como cultos e celebrações religiosas e espetáculos musicais.

Angola regista atualmente dois casos positivos da doença provocada pelo novo coronavírus, dois cidadãos angolanos que reentraram no país em 17 e 18 de março, provenientes de Portugal, sendo um deles um administrador da Sonangol.

O país fechou as suas fronteiras aéreas, terrestres e marítimas à circulação de pessoas a partir das 00:00 de 20 de março por 15 dias, prorrogável por igual período em função do comportamento da pandemia da covid-19.

A medida de suspensão de fronteiras não abrange voos de carga, nem os que sejam indispensáveis por razões humanitárias ou estejam ao serviço da política externa angolana. Também não é aplicável a atracagem e desembarque de navios de carga, sendo permitido também desembarcar tripulações por razões médicas.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 324 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 14.300 morreram.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a ser o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 5.476 mortos em 59.138 casos. Segundo as autoridades italianas, 7.024 dos infetados já estão curados.

A China, sem contar com os territórios de Hong Kong e Macau, onde a epidemia surgiu no final de dezembro, conta com um total de 81.054 casos, tendo sido registados 3.261 mortes.

Os países mais afetados a seguir à Itália e à China são a Espanha, com 1.720 mortos em 28.572 infeções, o Irão, com 1.685 mortes num total de 22.638 casos, a França, com 674 mortes (16.018 casos), e os Estados Unidos, com 390 mortes (31.057 casos).

Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

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