Esta startup faz a bomba de combustível ir ter consigo

Chama-se Azul e já está no mercado: criou um posto móvel que leva o combustível ao encontro dos clientes e a preços competitivos.

Hugo Botelho, cofundador da startup Azul.

De regresso a Lisboa depois de um fim de semana com amigos, o relógio foi inflexível: ou Hugo parava na bomba de gasolina para encher o depósito e falhava a hora de entrega do carro alugado, tendo de pagar um dia a mais, ou pagava o suplemento para encher o depósito depois de entregar o carro, já na rent-a-car. “24 horas de aluguer eram mais caras do que os suplementos, que incluíam 30 euros para encherem o tanque, e um preço por litro é muito elevado. Mas se têm 10 carros, não havia serviço que entregue isto na hora e a um valor menos elevado? Porque é que um serviço como este era tão caro?”, questionou o economista Hugo Botelho, 29 anos, economista e cofundador da Hoopers.

A ideia ficou a matutar na cabeça enquanto se envolvia em novos projetos até ao dia em que começou a pôr em prática o objetivo: criar uma startup que permita aos clientes que o posto de combustível onde abastecem o seu carro possa ir ao encontro deles.

O primeiro e maior desafio foi a criação da solução propriamente dita: havia negócios semelhantes nos Estados Unidos, mas os empresários usavam pickups agrícolas que transportavam o combustível aos locais onde abasteciam os seus clientes. “Nem sequer existiam postos de abastecimento que pudessem transportar-se: era preciso um posto, um tanque, baterias seguras e certificadas”, detalha o economista.

Hugo considerou que a solução usada pelos norte-americanos nem seria a mais adequada para o mercado europeu e, juntamente com o sócio André Bandeira, 28 anos, começou a trabalhar no desenvolvimento de uma alternativa que demorou cerca de um ano e meio a chegar ao ponto em que está hoje. Em conjunto e, com mais quatro investidores, financiaram o projeto em um milhão de euros, que serviu para desenvolver, produzir e colocar na rua os primeiros pontos de abastecimento portáteis produzidos em Portugal.

Lançada esta semana, a Azul é uma startup que faz isso mesmo: criou uma espécie de bomba de gasolina portátil que leva o combustível para abastecer os clientes… onde quer que eles estejam. A startup tem, por agora, três camiões de abastecimento na zona de Lisboa e planeia estender a área de abrangência ao Porto, até junho, e a outras partes do país até ao final deste ano.

"A lógica é a mesma da de um restaurante que entrega em casa: é uma estação de serviço móvel.”

Hugo Botelho

Cofundador da Azul

“A lógica é a mesma da de um restaurante que entrega em casa: é uma estação de serviço móvel”, conta Hugo, em entrevista ao ECO.

A startup conta, para operar, com a ajuda de equipas de motoristas qualificados que transportam, em veículos comerciais, até 1.000 litros de combustível. A carrinha de abastecimento móvel rege-se, por isso, pela legislação europeia de transporte de matérias perigosas, o que faz com que possa abastecer em espaços validados como parques de estacionamento. Ficam de fora a via pública, terrenos baldios ou não impermeabilizados (devido ao risco ambiental) e parques subterrâneos que não tenham autorização para o efeito.

Atualmente, a Azul tem disponíveis diesel e gasolina sem chumbo 95. Como funciona? Hugo explica. “O serviço é completamente digital: os clientes contactam a Azul via site, os pedidos e os locais de abastecimento são validados e a partir daí basta um pedido mínimo de 5 litros para abastecer nos locais já validados“. Direcionada sobretudo para clientes como empresas B2B como rent-a-cars ou companhias de eventos, a Azul tem servido em parques empresariais, e algumas dessas empresas que disponibilizam os serviços para os colaboradores como proposta de valor dos departamentos de recursos humanos para oferecer um ambiente seguro no trabalho. O preço? Varia por zona e por datas, como todos os combustíveis. “Temos custos operacionais mais baixos, e custos de CAPEX mais baixos. Por isso conseguimos ser mais competitivos do que uma estação de combustível normal”, detalha Hugo Botelho.

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