Empresa de Cervejas da Madeira põe 242 trabalhadores em lay-off: “Estamos a navegar no escuro”
A Empresa de Cervejas da Madeira vai suspender a produção e avançou para um lay-off dos 242 trabalhadores. A informação foi revelada pelo presidente do Conselho de Administração.
A Empresa de Cervejas da Madeira (ECM) vai suspender a produção e colocar em regime de lay-off os 242 trabalhadores, para garantir os postos de trabalho, na sequência da pandemia de Covid-19, disse o presidente do Conselho de Administração.
“Estamos perante uma dificuldade e a principal e que torna tudo mais complexo é não percebermos, nem ninguém conseguir apontar uma saída, nem quando, nem como para esta situação resultante da pandemia da Covid-19 e, portanto, estamos, aqui, a navegar no escuro”, afirmou à Lusa Miguel de Sousa.
Segundo o presidente do conselho de administração, a empresa inicia o regime de lay-off (redução temporária dos períodos normais de trabalho ou suspensão dos contratos de trabalho efetuada por iniciativa das empresas, durante um determinado tempo) entre 10 e 20 de abril por um período de um mês.
Miguel de Sousa adiantou que a ECM, requereu o lay-off total para 202 trabalhadores e parcial para outros 40, para “manter a atividade da empresa junto dos seus clientes, nomeadamente os supermercados assim como a parte administrativa”.
O presidente do Conselho de Administração referiu que a empresa o que fez foi “aproveitar a legislação e os mecanismos de apoio extraordinários que o Governo proporcionou para tomar medidas que, em primeiro lugar, pretendem garantir os postos de trabalho e, em segundo, antecipando o pagamento do subsídio de Natal de 2020 para abril, procuram garantir um rendimento razoável a todos os trabalhadores nos próximos três meses”.
Para já, o pedido de lay-off é por um mês, mas se as atuais circunstâncias continuarem muito provavelmente manter-se-á este regime, esclareceu Miguel de Sousa, revelando também que a produção de marcas da ECM será suspensa enquanto a situação durar.
A ECM faz 150 anos em 2022 e apresenta, no seu portfólio, o segundo mais antigo refrigerante do mundo, a Laranjada, fabricada desde 1872 (o primeiro é a Schwepps, lançada em 1783, 89 anos antes). É a maior empresa de produção e distribuição de bebidas da região e 14 anos mais antiga que a Coca-Cola Company (1886). A Lusa tentou contactar o presidente da União dos Sindicatos da Madeira, Adolfo Freitas, sobre esta decisão da ECM, sem sucesso.
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