Como a Science4you transformou uma fábrica de brinquedos num assunto sério
O que era originalmente produzido como um brinquedo passou a ser levado bem a sério. Em três semanas, a Science4You produziu mais de 400 mil óculos de proteção para profissionais de saúde.
Pode uma fábrica de brinquedos ajudar a contribuir no combate à pandemia? Pode, adaptando os recursos humanos e técnicos à nova realidade que afeta empresas por todo o mundo.
A Science4You, empresa portuguesa que produz e comercializa brinquedos científicos e educativos para crianças, viu a sua produção baixar consideravelmente com o alastrar da pandemia. Mas, depois de um telefonema, grande parte da cadeia de produção centrou-se num objetivo: produzir óculos de proteção.
“Há três semanas houve um médico que nos ligou a dizer que estava com um dos nossos produtos em casa, uns óculos de proteção (que fazem parte de um kit de brinquedos) certificados e impecáveis para funcionar. Olhou para aquilo e disse ‘isto é espetacular, eu preciso disto’. Ligou para nós e foi encomendada uma remessa de 30 mil óculos”, explica Miguel Pina Martins, CEO da Science4You, ao ECO.
O que era originalmente produzido como um brinquedo passou a ser levado bem a sério. No espaço de três semanas foram produzidos e colocados no mercado cerca de 400 mil óculos de proteção. Não só em Portugal mas também em Espanha e nos EUA, para onde vai seguir uma encomenda de 30 mil unidades nos próximos dias.
Neste momento, a procura por este tipo de equipamento é muito elevada, o que faz com que existam mais encomendas do que o stock disponível. Ainda assim, as cerca de 15 mil unidades produzidas diariamente na fábrica permitem responder à procura com alguma rapidez. Os óculos vêm de uma unidade fabril em Leiria diretamente para a fábrica de Loures, onde é finalizada a produção, embalada e gerida a distribuição das encomendas.
Em tempo de pandemia e, paralelamente à quebra de produção, a Science4You tem agora duas questões em mãos. “Tentar ajudar no meio desta guerra. Vimos aqui uma oportunidade para dar o nosso contributo, para ajudar os profissionais de saúde em Portugal a protegerem-se melhor. A segunda questão, que infelizmente é real, é a defesa e a manutenção dos postos de trabalho. Não queremos ser vergados pelo vírus. Usamos o nosso espírito empreendedor para tentar manter a empresa a funcionar“, assinala Miguel Pina Martins.
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