Provedor da Santa Casa: “Covid-19 trouxe-nos alinhamento singular entre os vários stakeholders”

Em vésperas da estreia da Social Good Summit em Portugal, Edmundo Martinho assegura que pandemia trouxe muitos desafios mas um enorme volume de oportunidades à Santa Casa.

Edmundo Martinho, provedor da Santa Casa.D.R.

Na véspera da estreia da Social Good Summit, conferência internacional que se realiza pela primeira vez em Portugal, Edmundo Martinho sublinha os desafios e as oportunidades trazidos pela pandemia à instituição e à sociedade como um todo, assegurando que o regresso à normalidade será um “processo moroso” que requer o mesmo nível de respostas, “com vigor e eficácia como até aqui”.

Como surgiu a ideia de criar uma edição especial Covid-19 da Social Good Summit?

O Social Good Summit é um evento promovido pela Fundação das Nações Unidas e pela Mashable, que já acontece há mais de 10 anos em vários países do mundo, mas ainda não tinha tido nenhuma edição em Portugal.

Uma das startups incubadas na Casa do Impacto, a It’s About Impact, que promove e produz eventos e conteúdos ligados a esta área do empreendedorismo de impacto e inovação social, desafiou-nos a participar nesta iniciativa, que aceitámos com muito gosto. A Casa do Impacto, hub de empreendedorismo e Inovação da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, é uma das vozes ativas nesta frente e em tudo o que promove, procura levar a sua comunidade à ação, envolvê-la nas histórias transformadoras e a fazer parte da solução – para um mundo mais equilibrado e sustentável que só assim atingirá com sucesso as metas definidas da Agenda 2030, dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

A primeira edição do Social Good Summit em Portugal já estava marcada pela organização para este ano, com foco no ODS 13 das Alterações Climáticas, no entanto a conjuntura atual provocada pela pandemia da Covid-19 levou a esta reestruturação da conferência que se centra agora no impacto da Covid-19, no presente e no futuro da economia social, onde a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa tem um papel fundamental.

Qual o público-alvo da conferência?

Esta conferência reúne no seu formato original inovadores e ativistas “do amanhã”, que partilham ideias e iniciativas que contribuem para um mundo mais justo e equilibrado para todos, e ainda que num formato online, esta edição segue os mesmos pressupostos. Tem o objetivo de aproximar as pessoas, de incentivar a colaboração entre organizações e membros da Sociedade Civil que vão ter um papel estruturante no pós-Covid.

Na quarta-feira, vai ser dada continuidade, agora num formato público e aberto, às várias discussões e iniciativas criadas no combate à Covid-19, vai-se falar da importância da Economia Social, na redução das desigualdades numa crise que já se faz sentir, especialmente junto dos mais desfavorecidos, entre outros temas.

Se pudesse destacar alguns temas em discussão, quais seriam?

Os sete painéis de discussão abordam sete Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 das Nações Unidas que, de alguma forma, ficaram mais fragilizados ou com necessidades mais expostas fruto da Covid-19. Por tal motivo, todos abordam tópicos de extrema urgência e relevância para a nossa sociedade, nas suas variadas dimensões.

Quais as expectativas em relação aos debates de quarta-feira? Que mensagens espera que passem para o público?

Uma mensagem de esperança na colaboração e alinhamento das entidades governamentais, das organizações, da sociedade civil e dos empreendedores que se propõe a combater os efeitos colaterais do vírus e a enfrentar este problema com grande seriedade, mas também, confiança. A Covid-19 trouxe-nos vários desafios, que são do conhecimento generalizado, mas também uma série de oportunidades e um alinhamento singular entre os vários stakeholders.

Qual o foco das prioridades da Santa Casa neste momento de pandemia?

A principal prioridade é poder assegurar uma resposta robusta e massiva a todos utentes da Santa Casa, sobretudo ao público mais vulnerável que são, como se sabe, os mais idosos. Neste caso, não são apenas os que residem nos lares da Santa Casa, mas todos aqueles que, diariamente, recorriam aos nossos centros de dia ou outros equipamentos e que, de um momento para o outro, tiveram que ficar em isolamento social.

Foi preciso montar uma operação de grande envergadura de apoio domiciliário para poder garantir que durante este período de confinamento as respostas sociais continuassem a ser garantidas a milhares de pessoas.

Além desse reforço, temos tido a preocupação de desenvolver novas respostas para fazer face a inúmeros desafios resultantes desta situação excecional que vivemos. E nesse sentido, o espírito empreendedor da Casa do Impacto tem contribuído com respostas concretas a diferentes níveis, sendo o Social Good Summit um bom exemplo, mas destaco também o acalma.online, uma plataforma online de apoio psicológico, ou a edição do Santa Casa Challenge dedicado exclusivamente à Covid19.

Como antecipa os desafios dos próximos meses?

O regresso à normalidade será um processo moroso e esse será o grande desafio da Santa Casa: conseguir garantir que as suas respostas mantenham o mesmo vigor e eficácia que têm tido até ao momento, ao mesmo tempo que for adaptando a sua estratégia de acordo com a evolução da conjuntura e das indicações das autoridades de saúde e governamentais.

Temos todas as condições para continuar a prestar esse serviço de excelência aos nossos utentes e continuar a trabalhar com diferentes entidades locais e nacionais para que a Santa Casa possa ir dando o seu contributo no esforço nacional ao combate a esta pandemia.

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