Crise será a “pior de sempre” para o setor automóvel, mas BMW está otimista para o futuro

A crise pandémica obrigou a BMW a mudar a forma de trabalhar, tentando facilitar a vida dos clientes. O diretor-geral da marca em Portugal prevê uma crise profundo, mas está otimista para o futuro.

Poucos carros se têm vendido com o carimbo BMW, mas a marca está otimista quanto a uma recuperação do setor. Num negócio onde o contacto humano é fundamental, este tem sido feito através de um ecrã de computador. Entre muitas reuniões, os funcionários da fabricante de automóveis alemã unem esforços para manter o motor da empresa ligado. O lado bom desta crise pandémica é que todas estas “mudanças radicais” que estão a acontecer vão ter um “grande impacto” no futuro, diz Massimo Senatore, diretor-geral da BMW Portugal, na rubrica diária do ECO “Gestores em Teletrabalho“.

Massimo Senatore está, assim como todos os 59 colaboradores da BMW no país, em casa desde 13 de março. E fez questão de manter alguns hábitos. “O início do dia é tempo de organização. Gosto de acordar cedo e aproveitar as manhãs com uma corrida matinal e depois visto-me normalmente, como quando ia para o escritório, de maneira a estar o mais confortável possível”, detalha o responsável ao ECO, salientando que “é muito importante manter as rotinas”. O dia começa às 8h com a leitura dos primeiros emails e estende-se por reuniões até às 18h30. “Apesar de existir mais flexibilidade em casa, quando possível, tento terminar o dia por voltas das 19h00”, deixando uma última meia hora para a leitura de mais emails.

Mas, apesar de todos esses esforços, o italiano nota que não tem sido fácil gerir uma empresa como a BMW remotamente. Isto porque, explica, acredita “fortemente” no espírito de equipa, no contacto humano e nas relações interpessoais. Para Massimo Senatore, o teletrabalho “é um verdadeiro desafio” devido ao facto de o contacto digital “não promover um ambiente corporativo”. É por isso que acredita que “as mudanças forçadas por esta pandemia” vai alterar a forma de trabalhar das empresas no futuro. “As mudanças radicais no teletrabalho que estamos a experimentar irão ter um grande impacto no mundo laboral no futuro. Não só em Portugal, como no mundo inteiro”, completa.

Estar em casa acaba por ser mais desgastante, diz. “Ao final do dia, o cansaço é muito maior em comparação com um dia normal no escritório”, devido às inúmeras reuniões online, ao “esforço adicional” para manter o foco e a concentração e aos desafios de comunicação interna. Reconhecendo que “é importante demonstrar à equipa” que a empresa percebe que a “posição difícil” em que todos se encontram, e é também preciso mostrar-lhes que é possível “superar esta fase mais complexa e alcançar resultados positivos”. “Sinto-me bastante orgulhoso com o espírito de equipa demonstrado, com a motivação dos colaboradores e a qualidade de trabalho”, confidencia.

“Impacto será transversal em todo o tipo de viaturas”

Tomadas as medidas a pensar nos colaboradores, foi também preciso tomar medidas a pensar nos clientes. Massimo Senatore garante que a prioridade da BMW neste momento é “assegurar os postos de trabalho e salvaguardar a liquidez da empresa”. Na ótica do cliente, a estratégia começou, desde logo, pela “criação de medidas de contenção para evitar um impacto negativo nos volumes de entrega em todos os principais mercados” durante este ano de 2020, explicou ao ECO. “Estamos a reagir a uma situação de vendas globalmente desafiante e estamos a adotar medidas na produção dos nossos veículos”, continua.

Assim, entre as principais medidas adotadas pela marca alemã, o responsável em Portugal destaca o reforço das vendas online, a aposta no mobile costumizer, a organização de eventos online para vendas/pickup e entrega de veículos de/para as oficinas, o prolongamento dos prazos de garantia BMW e Mini. Tudo isto com o objetivo de “permitir aos clientes que permaneçam nas suas casas, enquanto a viatura vai à oficina”.

O impacto desta crise começou a ser sentido “mais significativamente” a partir de março e “irá ser transversal em todo o tipo de viaturas”, antevê o diretor-geral da BMW. E isso dificulta também a previsão de contas do Grupo BMW para este ano. “Ainda assim é expectável que, no momento da recuperação do mercado, os agentes económicos, cujas necessidades de mobilidade passam pela aquisição de uma viatura, retomem os planos que já tinham para esta área”, diz, confiante. Citando a Associação Do Comércio Automóvel De Portugal (ACAP), Massimo Senatore afirma que “esta crise será a pior de sempre para o setor automóvel”, contudo, “o Grupo BMW mantém-se positivo relativamente ao futuro”.

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