Desemprego em Portugal vai subir para 9,7%, prevê a Comissão Europeia

A Comissão Europeia estima que o desemprego em Portugal suba para 9,7% em 2020, acima da média europeia. Mas prevê queda em 2021 para um patamar melhor do que a média da UE.

A Comissão Europeia projeta uma taxa de desemprego em Portugal de 9,7% em 2020, um agravamento de 3,2 pontos percentuais face à registada em 2019. O deteriorar do mercado laboral português é explicado com o choque económico causado pelo coronavírus e o efeito é transversal a todos os países da União Europeia (UE). Para 2021, Bruxelas vê uma melhoria, estimando que a taxa recue para 7,4%, ainda assim acima do valor pré-pandemia.

Esta informação está no relatório de previsões económicas de primavera, apresentado pela Comissão Europeia esta quarta-feira. Os 9,7% estimados por Bruxelas para este ano contrastam, assim, com os 6,1% previstos pelo Governo no Orçamento do Estado para 2020, desenhado numa altura em que ainda não se antecipava a atual situação pandémica nem os respetivos efeitos na economia mundial. É, contudo, um cenário mais otimista do que o do FMI, que anteviu uma taxa de desemprego em Portugal de 13,9% em 2020 no World Economic Outlook divulgado em meados de abril.

Estes 9,7% posicionam Portugal ao nível da Lituânia e da Suécia, imediatamente acima da média de 9,6% antecipada por Bruxelas para os países da Zona Euro e também pior do que os 9% antecipados para o conjunto dos 27 Estados-membros da UE. Porém, é inferior à prevista pela Comissão para algumas das maiores economias europeias, várias delas fortemente fustigadas pelo coronavírus em março e abril. É o caso de França, país no qual é estimada uma taxa de desemprego de 10,1%, superior à portuguesa.

Enquanto a Grécia ocupa a posição superior da tabela das maiores taxas de desemprego previstas por Bruxelas, de 19,9% em 2020, Espanha ocupa o segundo lugar (18,9%) e Itália preenche a terceira posição (11,8%). Segue-se a Croácia (10,2%), segundo a informação divulgada esta quarta-feira. A taxa mais reduzida é prevista para a Alemanha (4%), seguindo-se a República Checa (5%) e a Áustria (5,8%).

Em março, a generalidade dos países europeus viu-se obrigada a implementar fortes restrições à atividade económica perante a escalada no número de casos de infeção por Covid-19, uma doença respiratória provocada por um novo coronavírus que teve origem na província chinesa de Hubei. Na UE, os países mais afetados são Espanha e Itália. O flagelo espoletou um choque económico ao nível mundial, provocou uma derrocada nos mercados financeiros e ameaça atirar o mundo para uma nova recessão mundial. Com o setor dos serviços praticamente paralisado, milhões de europeus foram atirados para o desemprego ou sujeitos a regimes de lay-off total ou parcial, incluindo em Portugal.

Perante este cenário, a Comissão Europeia antecipa, no entanto, uma recuperação transversal do mercado laboral europeu em 2021, com a taxa de desemprego em Portugal a cair de 9,7% em 2020 para 7,4% nesse ano. A confirmarem-se as previsões de Bruxelas, a queda deverá colocar o país abaixo da média da Zona Euro (8,6%) e até da média dos 27 países da UE (7,9%).

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