Défice externo quase duplicou no primeiro trimestre. Turismo pesa

  • Lusa
  • 20 Maio 2020

Há anos que o turismo tem vindo a contribuir para a melhoria das contas externas. Contudo, a pandemia levou a uma redução significativa desse contributo no primeiro trimestre.

O saldo conjunto das balanças corrente e de capital foi negativo em 696 milhões de euros no primeiro trimestre de 2020, o que compara com os 365 milhões de euros negativos do período homólogo de 2019, divulgou esta quarta-feira o Banco de Portugal (BdP).

Este saldo resulta dos défices das balanças de bens e de rendimento primário, que apenas foram parcialmente compensados pelos excedentes das balanças de serviços, de rendimento secundário e de capital”, refere o Banco de Portugal (BdP) em comunicado.

Segundo o banco central, o défice da balança de bens aumentou 86 milhões de euros face ao período homólogo e o excedente da balança de serviços diminuiu 375 milhões de euros.

Desta redução, 233 milhões de euros resultaram da rubrica viagens e turismo, em consequência da evolução negativa registada no mês de março. Neste mês registou-se uma redução do saldo de 351 milhões de euros, em resultado de um decréscimo de 42,9% nos créditos e de 41,5% nos débitos relativamente ao período homólogo.

Até março, as exportações de bens e serviços decresceram 3,9% (2,5% nos bens e 7,0% nos serviços) e as importações diminuíram 1,7% (1,5% nos bens e 2,8% nos serviços), acrescentou.

O défice da balança de rendimento primário, por sua vez, aumentou 142 milhões de euros relativamente ao período homólogo, para -573 milhões de euros. “Esta subida foi em grande medida justificada pelo acréscimo dos rendimentos de investimento pagos a entidades não residentes“, justifica o BdP.

Por seu turno, o excedente da balança de rendimento secundário subiu 189 milhões de euros, em resultado do aumento das transferências recebidas do exterior e da redução da contribuição financeira paga por Portugal por comparação ao período homólogo.

Até março, o saldo da balança financeira registou uma diminuição dos ativos líquidos de Portugal face ao exterior no valor de 1.208 milhões de euros. “Este decréscimo – refere o BdP – deveu-se sobretudo ao aumento de passivos, com o investimento de não residentes em títulos de dívida pública portuguesa”.

Em sentido contrário, acrescenta, verificou-se uma redução de passivos do Banco de Portugal junto do Eurosistema e um aumento de ativos do setor financeiro sobre entidades não residentes, com um acréscimo de depósitos no exterior.

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