Plano de retoma da atividade dos CTT pensado até setembro

  • ECO e Lusa
  • 22 Maio 2020

João Bento faz um balanço "claramente positivo" do seu primeiro ano à frente dos CTT. Adianta que empresa quer manter o contrato de concessão, desde que condições garantam sustentabilidade do serviço.

O plano de retoma da atividade dos CTT CTT 0,60% à normalidade está “pensado até setembro”, pendente das orientações das autoridades de saúde, admitindo prosseguir com “formas de teletrabalho parcial”, segundo o presidente da empresa, João Bento.

“Já temos um plano de desenvolvimento de regresso à normalidade que está pendente das orientações que nos sejam direcionadas e também com o evoluir da pandemia”, afirmou o gestor em entrevista à Lusa, por escrito, no dia em que cumpre um ano na presidência executiva dos CTT.

Trata-se de um plano pensado até setembro para os três grandes universos de trabalhadores: a rede de retalho, as pessoas que trabalham em lojas; as operações, que incluem os carteiros, que constituem o maior grupo dos nossos colaboradores; e todos os serviços centrais e de apoio que inclui as pessoas afetas à sede, sendo que estes na sua maioria, foram capazes de realizar o seu trabalho a partir de casa”, explicou João Bento.

Questionado sobre se há experiências deste período de pandemia que possam continuar a ser aplicadas na empresa no futuro, como o teletrabalho, o gestor admitiu que sim.

“Se há surpresa generalizada partilhada por todas as pessoas com quem tenho discutido este assunto é a de que os níveis de produtividade em teletrabalho são, para a esmagadora maioria das funções, absolutamente fascinantes, por elevados”, considerou. “Nos CTT queremos tirar partido esta experiência forçada para, em todas as funções que se revelaram adequadas, prosseguir com formas de teletrabalho parcial”, adiantou João Bento.

Isto significa que, acrescentou, “parte das funções podem ser integralmente realizadas em teletrabalho ou, com maior probabilidade, todas as funções (elegíveis) possam ser desempenhadas parcialmente em teletrabalho”.

Novo contrato de concessão? “Desde que garanta sustentabilidade do serviço”

João Bento faz um “balanço claramente positivo” do primeiro ano à frente dos CTT. Entre outros temas, destacou o “progresso quanto ao entendimento de que importa acautelar as condições em que será lançado o novo contrato de concessão de serviço público de correio”. Os CTT têm a concessão do Serviço Postal Universal (SUP), que termina no final do ano.

Os CTT “querem continuar a ser o operador do serviço postal universal, conforme temos vindo a afirmar, com a condição de que esse contrato venha a estabelecer condições que garantam a sustentabilidade do próprio serviço, que deixaram de estar presentes no atual”, declarou o gestor.

Para João Bento, “é importante conhecer o âmbito do novo serviço público e as condições em que vai ser lançado o processo de concessão”.

Todas as indicações que “temos recebido e observado por parte do Governo apontam num sentido que parece genericamente convergente com as nossas expectativas. Se o contrato tiver condições de sustentabilidade, se os níveis de qualidade exigidos forem exequíveis (por mais exigentes que sejam), algo que agora não acontece, se os mecanismos de formação dos preços assegurarem a sustentabilidade do serviço e estiverem protegidos de modificação discricionária, os CTT querem ser essa entidade. E acreditamos que vamos ser”, rematou.

“Defendemos, assim, tal como está expresso na nossa pronuncia da consulta ao mercado lançada pela Anacom, que deve ser designado um único prestador de um único SPU, já que consideramos que esta é a opção mais indicada face às condições do mercado e aquela que é suscetível de satisfazer as necessidades dos utilizadores de forma mais eficiente, devendo a concessão continuar a englobar todos os serviços que se continue a considerar relevantes e que, se possível, possam ser remunerados, como até aqui, exclusivamente pelos seus utilizadores (e não pelos contribuintes)”, referiu.

O contrato “deve também assegurar equilíbrio financeiro e a compensação dos custos de serviço, se tal vier a ser necessário”, sendo que “estamos por isso comprometidos, se assim for, em prestar um SU de qualidade, com objetivos proporcionais e exequíveis, ajustados às necessidades dos utilizadores”, considerou.

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