Demissão no governo britânico por causa de assessor de Boris Johnson

  • Lusa
  • 26 Maio 2020

Discordância da permanência em funções de Dominic Cummings, assessor do primeiro-ministro criticado por romper o confinamento decretado devido ao covid-19, na base da demissão de membro do governo.

Um membro do Governo britânico apresentou esta terça-feira a demissão por discordar da permanência em funções de Dominic Cummings, um assessor do primeiro-ministro criticado por romper o confinamento decretado devido ao covid-19.

O deputado pela circunscrição de Moray, Douglas Ross, demitiu-se da posição de sub-secretário da Escócia por considerar existirem “aspetos da explicação” que Cummings deu no domingo com os quais não concorda.

O assessor de Boris Johnson deu uma conferência de imprensa inédita no domingo, nos jardins da residência oficial do primeiro-ministro, em Downing Street, para esclarecer e justificar as razões pelas quais viajou de automóvel com a família para a residência dos seus pais, em Durham, a mais de 400 quilómetros de Londres, em março.

Cummings disse que fez a viagem por receio de perder a capacidade de tomar conta do filho de quatro anos se ficasse doente, tendo em conta que a mulher já apresentava sintomas de infeção com o coronavírus, e também manifestou preocupação com a segurança da família em Londres.

Tanto Cummings como Boris Johnson consideraram a decisão “razoável” e dentro da lei e afastaram a hipótese de demissão, mas Ross disse que recebeu várias queixas contra a interpretação do conselho do Governo para ficar em casa durante o confinamento.

Em março, o governo britânico ordenou a qualquer pessoa com sintomas relacionados com covid-19 o isolamento em casa por sete dias e o resto da família por duas semanas, sem saídas sequer para comprar bens essenciais.

“Tenho eleitores que não puderam dizer adeus aos seus próximos; famílias que não puderam fazer luto juntas; pessoas que não visitaram familiares doentes porque seguiram as orientações do Governo. Não posso de boa fé dizer-lhes que eles estavam errados e um assessor do Governo estava certo’, disse o deputado escocês.

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