UGT quer salários em lay-off a 80%, pagos a meias entre patrões e Segurança Social

A UGT propõe que os trabalhadores em lay-off recebam não dois terços do seu salário, mas quatro quintos desse ordenado. Isto se o regime for prolongdo.

Se o Governo ceder aos pedidos das confederações patronais e prolongar mesmo o lay-off simplificado por mais alguns meses, a UGT propõe que os salários garantidos aos trabalhadores enquadrados nesse regime passem a ser pagos, pelo menos, a 80%, sendo assegurados em iguais partes pela Segurança Social e pelo empregador. Atualmente, a remuneração devida, nestas circunstâncias, é a equivalente a dois terços (cerca de 66%) do ordenado original do trabalhador e é paga em 70% pelo Estado e em 30% pela empresa, em caso de suspensão do contrato de trabalho.

A UGT não é contra o lay-off. Pelo contrário, entendemos que foi uma arma importante para se manterem os vínculos laborais, independentemente de haver um milhão e 300 mil trabalhadores que, estando abrangidos pelo lay-off, perderam um terço do seu vencimento”, sublinhou o secretário-geral da UGT, em declarações aos jornalistas.

À saída de uma reunião com o primeiro-ministro, Carlos Silva frisou ainda que, se se vier a concretizar”uma segunda vaga de lay-off”, a sua sugestão é que se garantam aos trabalhadores, pelo menos, quatro quintos do seu salário (80%), pagos em parte iguais pelo Estado Social e pela entidade empregadora, uma vez que a Segurança Social “não pode ficar descapitalizada”. O ideal, disse o sindicalista, seria manter os salários a 100%, mas dessa forma o regime perderia algum sentido, admitiu o mesmo.

Segundo o líder da UGT, o Governo “não fechou a porta” a esta proposta, nem adiantou, de resto, qualquer outro ponto sobre a possibilidade de alargar o lay-off simplificado para lá de junho. “Não fechou nem abriu porta nenhuma ao prolongamento. Irá analisar os recursos disponíveis”, disse Carlos Silva.

O regime de lay-off simplificado pode ser requerido até ao final do próximo mês, mas no decreto-lei que criou esta medida o Governo já admitia deixar a porta aberta até ao final de setembro, se as condições económicas a isso exigissem. Os patrões têm exigido que o Executivo avance nesse sentido, mas o Governo não deu ainda uma resposta clara sobre esta matéria.

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