Confiança dos consumidores portugueses recupera com desconfinamento. Tem maior subida mensal de sempre

Confiança dos consumidores registou o maior aumento da série, após ter apresentado em abril a maior redução face ao mês anterior e o valor mínimo desde maio de 2013. Continua em terreno negativo.

Com o início do desconfinamento, os consumidores começaram a recuperar a confiança. Em maio, o indicador da confiança dos consumidores registou o maior aumento da série, após ter apresentado em abril a maior redução face ao mês anterior e o valor mínimo desde maio de 2013, revela esta quinta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE). Ainda assim, o índice continua em terreno negativo (-32,1 em maio contra os -41,6 de abril).

“Em maio, o indicador de confiança dos consumidores recuperou parcialmente, registando o maior aumento da série, após ter apresentado em abril a maior redução face ao mês anterior e o valor mínimo desde maio de 2013″, esclarece o gabinete de estatísticas. E o que explica esta recuperação? A resposta está na inversão das expectativas relativas à evolução da economia nacional e pessoal.

“O aumento do indicador de confiança dos consumidores em maio resultou das recuperações das perspetivas relativas à evolução da situação económica do país, da condição financeira do agregado familiar e da realização de compras importantes, após as diminuições históricas observadas no mês anterior”, explica o INE, acrescentando que, “em sentido contrário, as opiniões sobre a evolução passada da situação financeira do agregado familiar contribuíram negativamente para a evolução do indicador“.

O inquérito aos consumidores foi realizado entre 3 a 15 de maio, datas que marcam o início do período de desconfinamento em Portugal, cuja primeira fase arrancou a 4 de maio e prolongou-se até dia 17. O INE admite ser “possível que tal tenha contribuído para a alteração de sentimento que se verificou em alguns dos inquéritos”. “Neste contexto, para evidenciar alterações de muito curto prazo, a análise aqui efetuada baseia-se exclusivamente nos valores efetivos mensais (dados brutos ou corrigidos de sazonalidade)”, esclarece.

À exceção das opiniões sobre a evolução passada da situação financeira do agregado familiar, a melhoria das expectativas dos consumidores foi transversal aos vários aspectos do inquérito: do confinamento para o desconfinamento, os portugueses passaram a estar mais otimistas com a situação económica do país, a situação futura do agregado familiar, a poupança, a realização de compras importantes e a evolução do desemprego. Apesar da melhoria, as expectativas continuam a ser marcadamente negativas.

Clima económico também recupera, mas ligeiramente

À semelhança do indicador de confiança dos consumidores, também o clima económico, que mede o pulso às expectativas dos empresários, recuperou ainda que de forma ténue. “O indicador de clima económico apresentou um ligeiro aumento em maio após ter atingindo o valor mínimo da série no mês anterior“, escreve o INE.

A recuperação foi “moderada” no setor da construção e obras públicas assim como no comércio. Contudo, na indústria transformadora e nos serviços, o indicador de confiança voltou a cair, “prolongando as quedas abruptas registadas em abril e atingindo novos mínimos”.

“Nos serviços, destacaram-se as secções de ‘alojamento, restauração e similares’ e de ‘atividades artísticas, de espetáculo, desportivas e recreativas’ que apresentaram os valores mais baixos dos respetivos indicadores de confiança”, esclarece ainda o gabinete de estatísticas.

Sentimento económico mostra os “primeiros sinais de recuperação”

O sentimento económico europeu “mostrou os primeiros sinais de recuperação” em maio, após as fortes quedas registadas em março e em abril. O indicador do sentimento económico divulgado esta quinta-feira pela Comissão Europeia aumentou 2,6 pontos para os 67,5 pontos na Zona Euro e subiu 2,9 pontos para os 66,7 pontos na União Europeia.

Uma das componentes que mais ajudou foi o indicador das expectativas de emprego que aumentou 11,3 pontos para os 70,2 pontos na Zona Euro, apesar de continuar em níveis historicamente baixos.

Na Zona Euro, a recuperação do sentimento económico resultou também da melhoria da confiança nos consumidores e na indústria que “neutralizou cerca de um quinto da queda combinada de março e abril“, explica a Comissão Europeia.

Porém, tal como em Portugal, a confiança dos consumidores continuou em tendência negativo, apesar de ter desacelerado o ritmo da queda. Por países, a maior subida do sentimento económico registou-se na Holanda e Alemanha, seguindo-se Espanha.

(Notícia atualizada às 10h40 com mais informação)

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