Economia francesa e italiana em recessão. PIB caiu 5,3% no primeiro trimestre

  • Lusa e ECO
  • 29 Maio 2020

A economia francesa, bem como a Italiana, sofreu uma contração de 5,3% nos primeiros três meses do ano. Os dados divulgados esta sexta-feira revelam que os dois países estão em recessão técnica.

O Produto Interno Bruto (PIB) de França caiu 5,3% no primeiro trimestre do ano, menos cinco décimas face ao que tinha sido anunciado em abril, informou esta sexta-feira o gabinete de estatísticas francês (Insee). A economia italiana sofreu uma contração idêntica (5,3%), nos primeiros três meses deste ano, afundando ainda mais face à estimativa inicial de 4,7%. Os dois países estão, agora, em recessão técnica, com dois trimestres consecutivos de recuo do PIB.

Com esta queda em cadeia, ou seja face ao trimestre anterior, França iguala o pior dado histórico desde que há registo, do segundo semestre de 1968, na altura da revolta estudantil de maio de 1968.

A justificação para a revisão de meio ponto percentual, de acordo com o Insee, prende-se com a alteração de certas estimativas e extrapolações feitas no mês de março muito afetadas pelas medidas de confinamento. O gabinete de estatísticas também atribui esta alteração ao facto de as revisões dos números do primeiro trimestre serem geralmente maiores do que nos outros períodos do ano devido à necessidade de ajustar os dados trimestrais com as contas anuais de anos anteriores.

A queda anunciada esta sexta-feira confirma, em qualquer caso, a recessão técnica de França, após a queda do PIB em 0,1% no último trimestre de 2019, refere a agência EFE. A taxa de poupança das famílias, por sua vez, cresceu para 19,6%, contra 15,1% no trimestre anterior.

As últimas estimativas do Insee, divulgadas há dois dias, sugerem que a economia francesa cairá cerca de 20% no segundo trimestre, e que em todo o ano a queda do PIB será de, pelo menos, 8%. Isso significa que, de acordo com essas estimativas, França sofrerá a recessão mais profunda desde que iniciou a série estatística de contas nacionais, que começou em 1948.

Economia com maior contração de sempre

Também a economia italiana caiu 5,3% no primeiro trimestre de 2020 face ao último trimestre de 2019, excedendo em muito a estimativa de 4,7% feita inicialmente pelo instituto nacional de estatística italiano (Istat), anunciou esta sexta-feira o Istat.

O Istat divulgou esta sexta-feira dados oficiais que confirmam que o país entrou em recessão e a queda de 5,4% no Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre do ano em comparação com o mesmo período de 2019. Esta queda acentuada não era registada desde o primeiro trimestre de 1995, acrescentou o instituto.

Com os dados conhecidos esta sexta-feira, que refletem o impacto da pandemia da covid-19, confirma-se o que já tina sido antecipado em abril e que o país entra em recessão técnica, uma vez que o PIB se contraiu 0,3% no último trimestre de 2019.

Esta é a maior queda histórica registada desde que o Istat começou a recolher dados desta série no primeiro trimestre de 1995 e o instituto reconhece que resultou em grande parte do impacto económico da pandemia da covid-19, que surgiu no país em 21 de setembro. Segundo os cálculos do Istat, se não houver mudanças, a economia italiana cairá 5,5% em 2020.

Em relação ao trimestre anterior, todos os principais agregados da procura doméstica estão a contrair-se, com uma queda de 5,1% no consumo e 8,1% no investimento fixo bruto, enquanto as importações e exportações caíram 6,2% e 8%, respetivamente.

Houve tendências económicas negativas em todos os principais setores produtivos, com a agricultura, a indústria e os serviços a caírem 1,9%, 8,1% e 4,4%, respetivamente.

O Governo italiano já tinha estimado uma contração de 5,5% do PIB no primeiro trimestre, enquanto para o segundo tinha apontado para uma queda de até 10,5%.

No entanto, o executivo prevê uma forte recuperação da economia já no terceiro trimestre e um crescimento significativo em 2021. No relatório anual do Banco da Itália, a estimativa da queda do PIB está entre 9% e 13% para este ano.

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