Indústria florestal contribui para mais de 5% do PIB. RAIZ e Navigator Company lançam site Florestas.pt

O RAIZ - Instituto de Investigação da Floresta e do Papel e a The Navigator Company lançaram esta segunda-feira uma plataforma digital inteiramente dedicada à floresta portuguesa.

Quanto vale a Economia da floresta? E a Bioeconomia, que percentagem representa do valor gerado no país? Foi para responder a estas e a muitas outras questões que o RAIZ – Instituto de Investigação da Floresta e do Papel e a The Navigator Company lançaram esta segunda-feira uma plataforma digital inteiramente dedicada à floresta portuguesa — www.florestas.pt — que reúne informação sobre o setor florestal nas suas diversas dimensões – natural, ambiental, recreativa e socioeconómica.

Em Portugal a floresta ocupa 36% do território, é responsável por 9% das exportações do país e ajuda a mitigar seis milhões de toneladas de gases com efeito de estufa. Mas há mais. Sabia que “com um volume de negócios de 9 mil milhões de euros na indústria de base florestal e mais de 1,2 mil milhões de euros gerados pela produção silvícola em 2017, a economia da floresta tem um impacte muito significativo nas contas nacionais”? Estes números, diz a plataforma Floresta.pt, significam que a indústria de base florestal e silvicultura contribuíram, respetivamente, para cerca de 4,6% e 0,6% do Produto Interno Bruto nacional (PIB) nesse ano. Juntas, foram também responsáveis por cerca de três mil milhões de euros de Valor Acrescentado Bruto (VAB).

Já a Bioeconomia representa 7% do valor gerado em Portugal, frisa ainda o Florestas.pt. No Dia Mundial do Ambiente, 6 de junho, num debate de urgência sobre “Justiça climática e saída para as crises” no Parlamento, o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, prometeu para breve a apresentação de um novo plano de ação para a Bioeconomia Sustentável. Isto porque, refere a plataforma dedicada às Florestas que agora se estreou, a economia circular e a bioeconomia em Portugal têm expressão reduzida: representam cerca de 4,2% (7 mil milhões de euros) e 7% (12 mil milhões de euros), respetivamente, do valor acrescentado bruto do país, segundo o relatório “Bioeconomia Circular e Digital”, da COTEC Portugal e Universidade Católica (2020).

“Estes valores, referentes a 2017, ainda são diminutos tendo em conta a ambição europeia de um modelo circular de baixo carbono – complementar ao objetivo do bloco europeu de atingir a neutralidade carbónica até 2050. Ainda assim, estão acima do que se verifica na média da economia europeia, onde o peso da economia circular é de 3,45% e o da bioeconomia é de 4,9%. Em Portugal, a economia circular e a bioeconomia têm crescido em termos de valor acrescentado, valor de negócios e produtividade, nos últimos anos. Segundo o relatório COTEC, é possível alcançar um crescimento mais rápido nos próximos anos. Para tal, será necessário aproveitar novos biomateriais e bioprodutos de origem florestal”, escreve o Florestas.pt.

A plataforma que chega esta segunda-feira ao universo digital cita também as conclusões preliminares do Global Forest Resources Assessment 2020 para mostrar que a a floresta mundial que se perdeu nos últimos 30 anos equivale a mais de 20 vezes a área de Portugal Continental, embora o ritmo de perda tenha vindo a diminuir: depois de um declínio médio de 7,8 milhões de hectares/ano na década 1990-2000, registou-se uma redução na última década para 4,7 milhões de hectares/ano. Segundo o mesmo documento, a floresta ocupa atualmente 31% da área terrestre global.

Em Portugal, a floresta representa 36% do solo continental, numa extensão superior a três milhões de hectares, segundo o 6º Inventário Florestal Nacional, apresentado em 2019 (com dados que reportam a 2015). Este valor coloca Portugal em linha com a média europeia e mostra um aumento de 59 mil hectares (1,9%) face a 2010 (data da avaliação anterior).

No momento em que é lançada, a plataforma Florestas.pt conta com o apoio e colaboração da comunidade científica nacional e de várias instituições e iniciativas com ligação à floresta. É uma iniciativa do RAIZ – Instituto de Investigação da Floresta e do Papel, um centro de investigação privado, sem fins lucrativos, reconhecido como entidade do Sistema Científico e Tecnológico Nacional e como Centro de Interface – Centro de Valorização e Transferência de Tecnologia, e da The Navigator Company. O site encontra-se estruturada em quatro secções:

  • Conhecer: Dados sobre a caracterização da floresta portuguesa, assim como uma visão alargada dos múltiplos desafios que se colocam ao seu equilíbrio e sustentabilidade;
  • Valorizar: Indicadores socioeconómicos da floresta portuguesa e dos seus vários sectores, assim como o valor dos seus produtos, dos seus serviços e o potencial trazido pela inovação de base florestal (bioeconomia);
  • Descobrir: Descoberta da floresta portuguesa e para a vivência dos seus benefícios, sendo disponibilizado para este efeito um conjunto de informação de cariz cultural e recreativo (roteiros, curiosidades, aplicações tradicionais dos produtos florestais, saúde e gastronomia);
  • Notícias & Agenda: Principais acontecimentos que marcam o setor florestal, assim como destacados eventos que permitem conhecer, valorizar e descobrir a floresta.

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