Centeno no Banco de Portugal? “Não vejo problema”, diz Marcelo

Presidente da República falou sobre a possibilidade de o ex-ministro das Finanças ocupar o lugar de governador do supervisor da banca. Diz não ver problema com essa passagem.

O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ainda não se quer pronunciar sobre a proposta de lei que pretende impedir a ida de Mário Centeno para a liderança do Banco de Portugal, mas diz que não há incompatibilidade em que o ex-ministro das Finanças venha a ocupar a posição.

“A lei está no Parlamento. Está a ser votada. Não sei quando estará em condições de chegar a Belém. Quando chegar, darei a minha opinião“, começou por dizer Marcelo, em declarações aos jornalistas, nos estúdios da RTP após uma aula na telescola. Referia-se às duas propostas aprovadas no Parlamento, na semana passada, contra a vontade do PS.

Estas alteram as regras da nomeação do governador do BdP, incluindo a criação de um período de nojo de cinco anos entre o desempenho de funções de primeiro-ministro, membro do Governo responsável pela área das Finanças ou secretário de Estado em áreas conexas a essa pasta e a passagem para governador do Banco de Portugal.

Ainda falta a votação global desta proposta de lei, que o primeiro-ministro António Costa disse, também esta segunda-feira, ser “inadmissível” por ser feita à medida de Mário Centeno. A decisão final está nas mãos do Presidente da República, que a apesar de não querer adiantar uma posição sobre o assunto, sinalizou já qual a opinião sobre o assunto.

Marcelo Rebelo de Sousa explicou que “já tinha dito que não via problema em que membros do governo passarem a governadores do Banco de Portugal” e lembrou que Marcelo lembrou que o mesmo já aconteceu na monarquia, na primeira República, na democracia.

Presidente “estupefacto” com Novo Banco

Além da mudança de liderança no ministério das Finanças, Marcelo Rebelo de Sousa foi ainda questionado sobre a possibilidade de o Novo Banco vir a precisar de uma injeção de capital adicional devido ao impacto da pandemia. “Vi a notícia. Fiquei estupefacto, mas não comento esse tipo de notícia para não entrar em questões concretas das instituições financeiras“, disse Marcelo.

Numa entrevista conjunta ao Jornal de Negócios e à Antena 1, o presidente do banco, António Ramalho, afirmou que a “deterioração da situação económica” antevê que o banco vá necessitar de “necessidades de capital ligeiramente suplementares” às que estavam estimadas, não tendo sido adiantados valores.

O dinheiro recebido pelo Novo Banco para se recapitalizar totaliza 2.978 milhões de euros desde 2017, depois de, em 08 de maio, o Governo ter confirmado que foi realizada uma nova injeção de capital pelo Fundo de Resolução bancário. Dos 2.978 milhões de euros, 2.130 milhões foram de empréstimos do Tesouro.

(Notícia atualizada às 14h30)

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