Sassoli: Proposta de Bruxelas “é uma gota de água no que é preciso” para recuperar

Presidente do Parlamento Europeu marcou o arranque do Conselho Europeu em que os líderes vão discutir a proposta de fundo de recuperação com 750 mil milhões de euros.

O fundo de recuperação da União Europeia após a pandemia, proposto pela Comissão Europeia e que é alvo de debate esta sexta-feira no Conselho Europeu, é apenas uma pequena parte do que é preciso para a retoma da economia da moeda única, segundo o presidente do Parlamento Europeu. David Sassoli rejeita, por isso, que possa ser acordada uma solução abaixo dos 750 mil milhões de euros que estão em cima da mesa.

“Gostaria de começar por agradecer à Comissão por apresentar uma proposta ambiciosa. No entanto, por mais ambiciosa que seja, a nosso ver, é apenas uma gota de água no que é preciso fazer. Não aceitaremos qualquer recuo face a essa posição inicial, que devemos tomar como ponto de partida e melhorar, para garantir que as decisões críticas que tomamos agora beneficiem a todos”, disse Sassoli.

O presidente do Parlamento Europeu discursou no arranque do Conselho Europeu, que acontece esta sexta-feira. Os líderes dos 27 e das instituições comunitárias reúnem-se por videoconferência, pela primeira vez desde que a Comissão Europeia apresentou as propostas para criação de um Fundo de Recuperação económica e do orçamento europeu de longo prazo atualizado, para ajudar a Europa a sair da recessão anunciada.

O montante total do Fundo de Recuperação proposto para o conjunto da UE atinge o valor de 750 mil milhões de euros, dos quais 500 mil milhões em subvenções e 250 mil milhões em empréstimos. Mas esta opção tem de conseguir a aprovação de todos os 27. Para financiar este fundo, a UE vai ao mercado emitir dívida.

“O Parlamento quer enfatizar que qualquer dívida comum emitida deve ser paga de forma justa, sem onerar as gerações futuras. Podemos consegui-lo com foco no trabalho e bem-estar social. Neste contexto, não devemos esquecer que a prestação de apoio apenas sob a forma de empréstimos teria um impacto assimétrico no endividamento de cada Estado-Membro e seria mais onerosa para a União no seu conjunto. Temos agora a oportunidade de remodelar a Europa e torná-la mais igual, mais verde e mais direcionada para o futuro”, sublinhou Sassoli.

Apesar de reconhecer, na conferência de imprensa que se seguiu, que há divergências políticas entre os vários países, o italiano explicou que a maior parte dos eurodeputados concordam. “Queremos estabelecer a questão da receita de uma vez todas com soluções que tornem a UE mais forte e auto-suficiente. A grande maioria do Parlamento acredita que um acordo sobre o quadro financeiro muti-anual tem de cumprir esta condição”.

(Notícia atualizada)

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