Bruxelas vai investigar regulador alemão por causa da Wirecard

Bruxelas vai abrir uma investigação ao regulador financeiro alemão, para apurar responsabilidades na supervisão da Wirecard após o desaparecimento de dois mil milhões de euros das contas da empresa.

A Comissão Europeia vai abrir uma investigação formal ao BaFin, regulador financeiro alemão, relativamente à supervisão da Wirecard, uma vez que considera que o colapso da empresa de pagamentos representa uma ameaça à confiança dos investidores da União Europeia (UE).

“Pediremos à ESMA [a Autoridade Europeia de Valores Mobiliários e Mercados] que investigue se houve falhas na supervisão e, se for o caso, que defina um curso de ação”, disse Valdis Dombrovskis, vice-presidente da Comissão Europeia, ao Financial Times (acesso condicionado, conteúdo em inglês). “Precisamos de esclarecer o que aconteceu”, concluiu.

Dombrovskis diz que Bruxelas está preparada para investigar formalmente o regulador alemão por “violação do direito da UE”, caso a investigação preliminar da ESMA detete deficiências na defesa das regras da UE em matéria de relatórios financeiros.

Esta decisão surge na sequência do pedido de insolvência da fintech germânica, depois de ter sido descoberto um buraco nas contas da empresa num valor de dois mil milhões de euros, dinheiro que segundo a empresa pode nem nunca ter existido. Na sequência deste caso, o antigo CEO da Wirecard, Markus Braun, foi detido em Munique, por alegadamente ter prestado informações falsas sobre o desaparecimento do dinheiro.

Para o responsável, “os investidores precisam de ter a certeza que estão a receber informações adequadas e verdadeiras e que o fornecimento dessas informações seja devidamente supervisionado”. Além disso, o vice-presidente da Comissão Europeia pediu ainda ao regulador das auditoras da Alemanha que investigasse a EY, auditora da Wirecard, por forma a ter a certeza de que “seguia todas as regras estabelecidas na legislação da UE”.

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