Banca só deu metade das linhas Covid-19. BCP lidera

Sociedade Portuguesa de Garantia Mútua aprovou garantias no valor de 6,6 mil milhões de euros. Metade tinha sido efetivamente contratado pelos bancos, tendo chegado 3,37 mil milhões às empresas.

Até final de maio, do montante de 6,6 mil milhões de euros de garantias públicas aprovado pela Sociedade Portuguesa de Garantia Mútua (SPGM), apenas metade tinha sido efetivamente contratado pelos bancos. Ou seja, cerca de 3,37 mil milhões tinham chegado às empresas, segundo dados a que o ECO teve acesso. Com uma quota de 35%, o BCP liderava o financiamento através de crédito efetuado com garantia do Estado.

Isto quer dizer que ainda estava por contratar metade das linhas Covid-19 anunciadas em março pelo Governo para ajudar as empresas em dificuldades resultantes da crise da pandemia. Estas linhas têm o valor de 6,2 mil milhões de euros e, devido à forte procura, e o Executivo já duplicou o montante das garantias para 13 mil milhões. Estas garantias protegem os bancos entre 80% a 90% dos empréstimos concedidos em caso de perda.

Nos cinco primeiros meses do ano (os últimos dados disponíveis), a SPGM registou pedidos da parte dos bancos na ordem dos 7,2 mil milhões de euros, tendo aprovado 6,59 mil milhões. Na prática, aprovou mais de 90% dos pedidos.

Ainda assim, o montante concretizado pelos bancos e que chegou às empresas era de “apenas” 3,37 mil milhões, correspondendo a mais de 28 mil operações.

Face às críticas sobre os atrasos no financiamento e ao reduzido valor contratado, os responsáveis dos bancos já explicaram que muitas empresas acederam às linhas não por estarem numa situação aflitiva mas antes por uma questão de precaução. Há um prazo de 30 dias para a empresa assinar (ou não) o contrato de crédito após a aprovação. Além disso, mesmo depois da assinatura, a empresa tem 12 meses para utilizar o crédito.

“São empresas que fizeram cenários da evolução da sua tesouraria e em função disso pediram a linha para a utilizarem quando dela vierem a necessitar”, esclareceu Miguel Maya, presidente do BCP, no final de maio.

Aliás, maio representou uma aceleração dos financiamentos da banca com recurso a estas linhas com garantia do Estado. Só durante aquele mês, foram contratados 2,6 mil milhões de euros, 77% do total desde o início do ano.

BCP lidera, CGD no fundo da tabela entre os grandes

As linhas Covid-19 provocaram uma corrida dos bancos à SPGM. Houve bancos com maiores necessidades do que outros, e bancos mais bem-sucedidos do que outros.

Por exemplo, o BCP apresentou pedidos no montante de 2,25 mil milhões, viu aprovados pela SPGM cerca de 2,17 mil milhões e contratou 1,17 mil milhões. De todos os bancos, foi o que registou a maior quota: contratou 35% dos 3,37 mil milhões contratados na globalidade.

De acordo com o banco, já foram disponibilizados no total mais de dois mil milhões de euros, que permitiram o financiamento e apoio a mais de 12.500 empresas, fazendo com que quatro em cada dez empresas portuguesas tenham sido financiadas pelo BCP.

“No mês de maio, crítico em termos dos efeitos da pandemia, a presença do BCP junto das empresas foi fortemente reforçada (…) É para nós um ponto de honra estar na linha da frente no apoio à economia e aos empresários”, destacou o banco.

Atrás do BCP em garantias contratadas estava o Santander Totta e o Novo Banco, com 726,8 milhões e 535 milhões contratados, o equivalente a quotas de 21% e 16%, respetivamente.

Por seu turno, a Caixa Geral de Depósitos registava uma quota de 11%, com garantias concretizadas no valor de 363,5 milhões de euros, sendo dos quatro grandes bancos o que tem a menor quota.

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