“Pandemia teve grande impacto no consumo” de tabaco. Vaping é a aposta da Imperial Tobacco

A pandemia obrigou muitos estabelecimentos a encerrar, o que ditou uma quebra no consumo de tabaco. Indústria tenta dar a volta, num contexto de maiores restrições. Imperial Tobacco aposta no vaping.

O setor do tabaco movimenta muitos milhões de euros em Portugal, mas a pandemia fez com que as vendas caíssem de forma abrupta. A Imperial Tobacco Portugal viu as vendas de tabaco encolherem cerca de 20%.

O confinamento, o encerramento dos espaços, a quebra acentuada no turismo, o teletrabalho, ou mesmo a procura por opções mais económicas, foram algumas dos motivos que provocaram esta quebra.

“A pandemia teve um impacto grande no consumo de tabaco por várias razões: menos turismo e principalmente porque as regras de confinamento obrigaram muitos estabelecimentos a fechar em Portugal, nomeadamente muitos estabelecimentos Horeca, nos quais o tabaco tem um peso significativo”, explica diretor geral da Imperial Tobacco em Portugal, Miguel Simões.

A Imperial está presente em mais de 50 mil postos de vendas e 40% das vendas são originárias de máquinas de vending, mas durante este tempo de confinamento mais de 50% esteve fechado, garante Miguel Simões. O canal Horeca representa 14% das vendas.

Abril foi o mês que registou a maior quebra nas vendas de tabaco (20,05%). “A categoria do tabaco teve uma queda nos dois principais meses de pandemia de cerca de 20%”, refere o a diretor geral da Imperial Tobacco em Portugal, que é o quarto maior fabricante de produtos de tabaco a nível mundial.

Enquanto a procura dos cápsulas de café aumentou exponencialmente, o consumo de tabaco diminuiu. Com esta pandemia perdeu-se o ritual de sair para beber um café e fumar um cigarro.

Para além da pandemia, Miguel Simões recorda que um dos maiores desafios do setor é o contrabando de tabaco. “O contrabando em Portugal tem vindo a aumentar nos últimos anos, sendo que neste momento está nos 7%. Estes números acabam por afetar o consumo e acarretam “muito mais riscos para a saúde pública”, refere o diretor geral da Imperial Tobacco em Portugal.

Fim da comercialização de tabaco mentolado

A União Europeia proibiu, a partir de 20 de maio deste ano, a comercialização de cigarros mentolados em Portugal. Uma categoria que apresentava um peso significativo para a indústria.

“Somos um dos países com maior peso neste tipo de produtos. Em Portugal, os cigarros mentolados era um segmento que tinha um peso de cerca de 15% o que acaba por criar alguns desafios para os fabricantes”, explica o diretor geral da Imperial Tobacco Portugal.

Miguel Simões explica ao ECO o porquê dessa proibição. “A normativa diz que o objetivo de terminar com os cigarros mentolados está relacionado com retirar o máximo de aliciantes possíveis. Este tipo de produtos com aromatizantes pode aliciar novos consumidores e manter atuais consumidores”.

Face a esta proibição as tabaqueiras procuram formas de reinventar a indústria e de continuarem a oferecer aos fumadores o prazer de fumar associado a determinado sabor, que é caso do vaping.

Vaping é a aposta da marca em Portugal

Apesar do cigarro tradicional continuar a ser o mais consumido (cerca de 80%), seguido do tabaco aquecido e do vaping, a indústria procura reinventar-se. Para o diretor geral da Imperial Tobacco em Portugal, o futuro da industria passará por inovação. “Não vamos ter uma categoria em si, vamos ter cada vez mais inovações associadas as necessidades de cada consumidor e cada mercado”, destaca Miguel Simões.

Na sua ótica, o futuro do cigarro passa por uma “oferta muito mais adaptadas aquilo que o consumidor hoje procura e muito menos prejudiciais do que um cigarro tradicional”, explica Miguel Simões.

Para o diretor geral da Imperial Tabaco, o vaping, que entrou no mercado português em outubro, é uma das categorias que mais cresce e que está a ter mais procura devido aos “benefícios que tem em relação ao cigarro tradicional”. Explica que nesta categoria continua a ser possível vapear com mentol ou com outros sabores.

“Um cigarro tradicional tem combustão, todas as outras alternativas estão a tentar trazer é a satisfação da nicotina mas isolando todos os malefícios que estão associados à combustão”, conclui o o diretor geral da Imperial Tabaco.

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