Desconfinamento ajudou economia a recuperar em junho

O INE divulgou esta sexta-feira a síntese económica de conjuntura de junho e os números confirmam que a recuperação continua, mas mantém-se uma "redução intensa" da atividade.

A economia portuguesa continuou em junho a recuperar gradualmente após as fortes quedas da atividade em abril, mas ainda se verifica uma “redução intensa” da atividade económica. Os dados constam da síntese económica de conjuntura de junho divulgada esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Em Portugal, não considerando médias móveis de três meses, a informação disponível continua a revelar uma contração intensa da atividade económica em junho, embora menor quando comparada com o mês anterior“, lê-se no destaque do INE, como demonstra o próximo gráfico. A recuperação foi transversal a todos os setores, mas verificou-se de forma “mais expressiva” na indústria transformadora e nos serviços.

Em maio, os indicadores da síntese económica de conjuntura já indiciavam uma recuperação da economia: “A informação disponível revela uma contração menos intensa da atividade económica em maio, quando comparada com o mês anterior”, escrevia o gabinete de estatísticas há um mês.

No caso dos indicadores da confiança dos consumidores e de sentimento económico da Zona Euro, a conclusão é semelhante com estes também a recuperarem “de forma mais intensa” em junho do que no mês anterior, “mantendo-se contudo em níveis historicamente baixos”.

Esta evolução registada pelos indicadores de clima económico e de atividade económica está em linha com o resultado do Inquérito Rápido e Excecional às Empresas (COVID-IREE), promovido pelo INE e Banco de Portugal, em que “os resultados apontam para uma ténue melhoria da situação das empresas na segunda quinzena de junho face à quinzena anterior”.

Os números refletem assim uma melhoria gradual da economia e não um imediato regresso da atividade anterior à pandemia: “Tendo em conta alguma informação parcelar já disponível, a reabertura destes estabelecimentos não terá sido acompanhada pelo estabelecimento dos seus níveis de serviço pré pandemia“, esclarece o gabinete de estatísticas.

“O indicador de clima económico, que sintetiza os saldos de respostas extremas das questões relativas aos inquéritos às empresas, já disponível para junho, recuperou parcialmente nos dois últimos meses das diminuições abruptas observadas em março e abril, que tinham resultado no valor mínimo da série“, acrescenta ainda o INE.

Indústria transformadora e serviços com maiores melhorias

Por setores, o destaque vai para a indústria transformadora e os serviços. Em junho, o indicador de confiança da indústria transformadora registou mesmo o maior aumento da série histórica, dada a melhoria de todas as componentes, em especial das expectativas de produção da empresa. Ainda assim, o indicador recuperou apenas “muito parcialmente” das diminuições registadas em março, abril e maio que levaram a atingir mínimos históricos.

O indicador de confiança dos serviços também aumentou em junho. “O comportamento do indicador resultou do contributo positivo das perspetivas sobre a evolução da procura e das opiniões sobre a atividade da empresa, mais intenso no primeiro caso, tendo as apreciações sobre a evolução da carteira de encomendas contribuído negativamente”, esclarece o INE.

Na construção e obras públicas, assim como no comércio, o indicador de confiança também recuperou, mas parcialmente. No caso do comércio, as opiniões sobre o volume de vendas continuaram a contribuir de forma negativa para a evolução da confiança no setor, mas as perspetivas de atividade nos próximos três meses aumentaram de forma acentuada.

(Notícia atualizada às 11h28 com mais informação)

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