Portugal obtém 1.250 milhões ao custo mais baixo do ano

Portugal obteve um "empréstimo" dos mercados de 1.250 milhões de euros. Pagou os juros mais baixos do ano. Obrigações a seis anos registaram taxa ainda mais negativa.

Portugal obteve um “empréstimo” dos investidores de 1.250 milhões de euros, tendo pago juros mais baixos do ano, confirmando a tendência de normalização dos mercados após a turbulência provocada pela pandemia. Nos títulos com maturidade a seis anos, a República portuguesa registou taxas ainda mais negativas do que observadas em anteriores leilões.

Os resultados do leilão desta quarta-feira foram favoráveis aos cofres portugueses na medida em que o custo da nova dívida emitida baixou. Por exemplo, para se financiar a dez anos, o IGCP colocou um montante total de 820 milhões de euros em títulos com um juro de 0,352%, que compara positivamente com a taxa de 0,595% do leilão do mês passado. É preciso recuar a novembro do ano passado ter encontrarmos um juro mais baixo – em novembro, pagou uma taxa de 0,333%.

Por outro lado, na linha a seis anos, foram emitidos 430 milhões de euros a um juro negativo: -0,108%. Isto quando no leilão de junho havia pago uma taxa de 0,137%.

Resultados dos últimos leilões de dívida a 6 anos e 10 anos

Fonte: IGCP, Reuters

Com este desempenho, Portugal obteve os 1.250 milhões de euros que pretendia como montante máximo desta operação de financiamento. Os juros do leilão mostram uma evolução favorável face às anteriores operações, nomeadamente as que foram realizadas em plena pandemia. Com os investidores assustados com a incerteza, Portugal chegou a pagar um juro superior a 1% no leilão de dívida a dez anos realizado em abril.

Para fazer face à crise provocada pelo surto de Covid-19, que paralisou parcialmente a economia, a República reforçou a sua atividade nos mercados de financiamento, endividando-se mais para que o Governo possa responder com medidas de apoio às famílias e empresas, como nos esquemas de layoff e apoios aos trabalhadores independentes. Segundo as contas do Governo, o défice orçamental deste ano poderá superar os 7%.

A ajudar na estabilização dos mercados estiveram o Banco Central Europeu (BCE), que se tem mantido ativo no mercado de dívida a comprar títulos dos Governos europeus.

Por outro lado, o acordo alcançado esta semana na cimeira de líderes europeus em relação ao Fundo de Recuperação europeu, que prevê subvenções aos Estados (evitando mais endividamento de cada um dos países), também ajudou na perceção de risco dos investidores.

(Notícia atualizada às 10h57)

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