Governo já vê “recuperação progressiva” da economia após quebra histórica do PIB

O Ministério das Finanças reagiu esta sexta-feira aos números do PIB: a economia portuguesa contraiu 16,5% no segundo trimestre, a maior queda de sempre.

O ministro das Finanças, João Leão, reconhece que a contração “muito acentuada” da economia portuguesa no segundo trimestre “reflete o impacto provocado pela pandemia de COVID-19 e está associada ao período de maior recolhimento do estado de emergência”. A boa notícia é que o Ministério das Finanças já vê sinais de recuperação económica nos indicadores avançados.

Nas últimas semanas, findo o estado de emergência, os indicadores económicos de alta frequência apresentam já sinais de uma recuperação progressiva da atividade económica“, considera o Ministério das Finanças em comunicado enviado esta sexta-feira, referindo-se aos dados das compras com recurso a cartão multibanco e do consumo de eletricidade em Portugal.

Esta é a reação ao facto de a economia portuguesa ter contraído 16,5%, em termos homólogos, no segundo trimestre de 2020, no qual já foi totalmente afetada pela pandemia. Já face ao trimestre anterior, em cadeia, a quebra foi de 14,1%, segundo os dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

O Governo argumenta que o número divulgado pelo INE é “equivalente” às mais recentes previsões da Comissão Europeia e “está em linha com a queda verificada nos nossos principais parceiros económicos como Espanha (22,1%), França (19%) e Itália (17,3%)”. No entanto, é de notar que na média da Zona Euro a contração da economia (-15%) foi menos expressiva do que em Portugal.

Esta situação extraordinária interrompe um prolongado período de crescimento económico, que permitiu a convergência com a zona do euro nos últimos 4 anos e uma redução do desemprego para níveis historicamente baixos (6,4% em fevereiro), ao mesmo tempo que se procedeu à consolidação das contas públicas, num quadro de reforço dos serviços públicos, e se garantiu o equilíbrio das contas externas”, diz o Governo, argumentando que Portugal está “mais bem preparado” para responder à crise pandémica.

Apesar de reconhecer a “muito acentuada” contração do PIB, o Ministério das Finanças prefere dar destaque aos dados positivos das últimas semanas. Por um lado, “as compras com recurso a cartão multibanco tiveram uma recuperação significativa e na segunda semana de julho registaram uma variação homóloga positiva de 1%, depois de terem chegado a registar quedas homólogas superiores a 30% no mês de abril”. Por outro lado, “também o consumo de eletricidade empresarial mostrou sinais de recuperação em junho, com um crescimento de 7,9% face a maio”.

(Notícia atualizada às 11h13 com mais informação)

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