Ilha mais remota do mundo consegue seguro paramétrico
Tristão da Cunha, ilha remota do Atlântico sul, situada a 2800km da Cidade do Cabo, queria cobertura de riscos para a sua fábrica de processamento de lagosta. A única solução foi seguro paramétrico.
A fábrica de processamento de lagostas na ilha de Tristão da Cunha, no Atlântico sul acaba de finalmente conseguir contratar um seguro para prevenir prejuízos devido a mau tempo. A ilha é considerada o local habitado mais remoto do mundo e a produção de lagosta é o principal sustento dos seus 244 habitantes, exportando para os Estados Unidos e para o Japão, onde as qualidades potenciadas pelas águas frias propiciam a sua transformação no exigente sashimi.
Contratar um seguro paramétrico era a única solução da Ovenstone Agencies, a concessionária de exploração de lagosta na ilha, para conseguir transferir riscos atmosféricos do negócio para a indústria seguradora. A ilha foi descoberta em 1506 pelo português Tristão da Cunha, nunca tendo sido colonizada por Portugal, daí ter sido anexada pela Grã-Bretanha em 1815 quando o império britânico temeu que os franceses quisessem libertar Napoleão Bonaparte que estava detido na ilha próxima de Santa Helena, uma proximidade de 2.420 Kms. A meio caminho entre África do Sul e Uruguai, Cape Town é a cidade continental mais próxima, fica a 2.800km.
Os seguros paramétricos baseiam-se em indicadores confiáveis para enquadrar os riscos, pagam indemnizações com base em parâmetros como velocidade do vento, precipitação ou flutuação de índices bolsistas. Neste caso a Global Parametrics, start up apoiada pelos governos britânico e alemão, especializada na formatação de seguros paramétricos, acabou por escolher a estação atmosférica na ilha Gough, antes conhecida por ilha de Gonçalo Álvares e situada a 400 kms de Tristão da Cunha, para estruturar uma solução usando a base de dados climática ECMWF ERA5, que lhes permite estabelecer preços e regularizar sinistros provocados por vento em qualquer parte do mundo, por mais remota que esteja.
O National Disaster Fund, ferramenta de apoio do Governo britânico, colaborou na solução e Andrew James, CEO da Ovenstone Agencies salientou, ao Reinsurance News, o gosto em trabalhar com a Global Parametrics que se empenhou em proteger empregos e rendimentos da ilha mais remota do planeta, obtendo um seguro, que seria difícil de conseguir no formato tradicional, para a Tristan Lobster Processing Facility.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Ilha mais remota do mundo consegue seguro paramétrico
{{ noCommentsLabel }}