Saída do corredor aéreo britânico atingirá “coração do turismo” de Portugal

Portugal poderá voltar a ficar de fora do corredor aéreo britânico. Presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo diz que medida "atinge o coração da nossa operação".

Duas semanas depois de ter sido incluído na lista de corredores aéreos britânicos, Portugal arrisca-se a voltar à “lista negra” do Reino Unido, decisão que, a confirmar-se, atinge “o coração” do turismo português, já que se trata de um dos principais mercados impulsionadores do turismo no país, a par do francês e espanhol.

Após várias semanas desde a primeira avaliação, a 20 de agosto, o governo britânico decidiu incluir Portugal na lista de corredores aéreos do Reino Unido. Contudo, face ao crescente número de contágios da última semana, — que segundo o Governo foram registados, em média, 340 novos casos por dia o país arrisca-se a perder esse “estatuto”, levando a que os ingleses que viajem para Portugal sejam obrigados a fazer quarentena quando regressarem a Inglaterra.

Em declarações ao ECO, o Presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) antecipa que, a confirmar-se, a medida “atinge, por assim dizer, o coração da nossa operação”, já que o mercado britânico, juntamente com Espanha e França é “um dos principais mercados emissores para Portugal”.

Esta mudança deverá, assim, ser prejudicial para o setor do turismo em Portugal, particularmente no Algarve (o principal destino dos britânicos), dado que os turistas britânicos representam a segunda maior “fatia” dos visitantes que todos os anos chegam a território nacional. Após o anúncio da abertura, as reservas turísticas para o Algarve dispararam.

Nesse contexto, várias companhias aéreas reforçaram o número de voos com destino a Faro para os próximo meses. Mas face aos desenvolvimentos há já britânicos a anteciparem as saídas.

Em 2019, 15% dos 24,6 milhões de turistas não residentes que Portugal recebeu eram provenientes do Reino Unido, apenas superados por Espanha, que representa 25,5% dos turistas estrangeiros que chegaram ao território nacional. O número de turistas britânicos cresceu 7,6% no ano passado.

“Avanços e recuos acrescentam falta de confiança por parte do consumidor”

Tal como já tinha assinalado ao ECO na rubrica “Dar a volta ao turismo”, Pedro Costa Ferreira volta a apelar para que o Governo garanta a “consistência” da inclusão de Portugal nos corredores aéreos britânicos, caso contrário considera que a medida é bastante penalizadora para o setor. “Enquanto isso não acontecer, estaremos à mercê destes avanços e recuos, que só acrescentam falta de confiança por parte do consumidor, a todos os outros problemas conhecidos”, explica.

Além disso, o presidente da APAVT sublinha ainda que a resolução da crise no turismo “está dependente da mobilidade internacional”, que “está “definitivamente dependente da resolução do problema de saúde pública“, conclui.

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