Economia portuguesa foi a quarta que mais caiu na UE no segundo trimestre

Os dados divulgados pelo Eurostat colocam Portugal como o país da União Europeia que registou a quarta maior contração da economia durante o segundo trimestre, em termos homólogos.

Um mês e alguns dias depois de ter divulgado pela primeira vez a recessão histórica que a pandemia provocou em toda a União Europeia, o Eurostat divulgou esta terça-feira os dados mais completos, incluindo todos os Estados-membros (exceto o Luxemburgo). Contudo, a introdução de mais países não mudou a conclusão: Portugal registou a quarta maior contração do PIB, em termos homólogos, no segundo trimestre, apenas atrás de Espanha, Itália e França.

A economia portuguesa contraiu 16,3% no segundo trimestre, em termos homólogos, seguindo-se a quebra de 17,7% de Itália, de 18,9% de França e de 22,1% de Espanha. Do lado oposto, o melhor desempenho foi o da Irlanda (-3,7%), da Lituânia (-4%) e da Finlândia (-6,3%).

No agregado, o PIB caiu 13,9% (abaixo dos 14,7% da última estimativa) na União Europeia e 14,7% (abaixo dos 15% da última estimativa) na Zona Euro, em termos homólogos, e 11,4% e 11,8%, em cadeia, respetivamente. Contudo, nos dados por país são notórias diferenças significativas no desempenho da economia no segundo trimestre, num período marcado pelas medidas de contenção relacionadas com a pandemia.

Na comparação em cadeia, ou seja, face ao trimestre anterior, Portugal surge com a quinta maior queda do PIB (-11,9%) da União Europeia, apenas atrás de Espanha (-18,5%), da Croácia (-14,9%), da Hungria (-14,5%) e da Grécia (-14%).

De notar que na Alemanha, a maior economia da Zona Euro e da União Europeia, a recessão foi de 11,3%, em termos homólogos, e de 9,7% em cadeia, menos do que o estimado anteriormente. Na Suécia, um dos países mais controversos na estratégia relativa ao vírus, o PIB contraiu 7,7% em termos homólogos e 8,3% em cadeia.

Esta análise é feita sem o Reino Unido que se encontra no período de transição de saída da União Europeia. A economia britânica contraiu 21,7%, em termos homólogos, e 20,4% em cadeia, pelo que estaria no topo das maiores quedas da UE, logo a seguir a Espanha, caso fosse considerado.

Recorde-se que no caso dos Estados Unidos, a contração do PIB comparável à da União Europeia foi de 9,1% tanto em termos homólogos como em cadeia, segundo o Eurostat.

Consumo privado explica queda da economia na União Europeia

Tal como em Portugal, a quebra da economia da Zona Euro ou da União Europeia também é explicada pela queda do consumo privado num período em que os consumidores tiveram sob restrições. De acordo com os dados do Eurostat, o contributo negativo do consumo privado para o PIB europeu foi de 8 pontos percentuais.

Segue-se o investimento com um contributo negativo de 4,3 pontos percentuais e, em menor grau, o consumo público que tirou quatro décimas ao PIB. No caso da procura externa líquida (exportações descontadas de importações), as exportações deram um contributo negativo de 10,4 pontos, mas as importações quase compensaram com um contributo positivo de 9,3 pontos.

(Notícia atualizada)

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