É pouco provável que os Açores venham a ter uma melhoria do rating no curto prazo, alerta DBRS

A DBRS sublinha que "os Açores continuam a enfrentar desafios estruturais", nomeadamente os "persistentes fracos resultados financeiros" das empresas regionais, "em particular a SATA.

É pouco provável que os Açores venham a ter uma melhoria do rating no curto prazo. O alerta é feito pela DBRS que na passada sexta-feira reviu em baixa a perspetiva da dívida do arquipélago de estável para negativa. O elevado nível de endividamento do governo regional e a exposição às perdas das empresas regionais explicam este pessimismo.

A situação poderá agravar-se ainda mais, ou seja, a DBRS descer mesmo o rating dos Açores, caso a SATA ou outra empresa regional veja a sua situação financeira deteriorar-se ainda mais, acionando as garantias, alerta a agência de notação financeira canadiana. A notação atual dos Açores é BBB (baixo), que corresponde ao último nível da categoria de investimento de qualidade – ou seja, um nível acima de lixo. Numa nota enviada às redações, a DBRS sublinha que “os Açores continuam a enfrentar desafios estruturais”, nomeadamente os “persistentes fracos resultados financeiros” das empresas regionais, “em particular a SATA, detida a 100% pelo Governo regional, que continua a ser uma preocupação chave”.

De acordo com a agência a pandemia de Covid-19 “exacerbou as dificuldades nas empresas regionais e levo o governo a injetar 133 milhões de euros para aumentar a liquidez da companhia aérea” um apoio concedidos através de garantias e que recebeu luz verde de Bruxelas ao abrigo das ajudas de Estado. Mas a contrapartida é apresentar um plano de reestruturação até ao final de janeiro de 2021, que garanta a viabilidade da companhia. A DBRS espera as informações adicionais que venham a ser disponibilizadas nos próximos seis meses relativamente à viabilidade da SATA e a potencial participação o governo nacional num qualquer plano futuro da companhia.

Num contexto de pandemia a DBRS alerta para a deterioração do desempenho financeiro da região, que vai a votos a 25 de outubro, e para a dimensão do défice que impulsiona um “aumento substancial no rácio da dívida”. Do lado negativo, pesariam ainda “sinais de um enfraquecimento da reação entre a região e o governo central”. A DBRS considera que o envolvimento do Governo de António Costa “para lidar com estes desafios estruturais, em especial no contexto da pandemia de Covid-19, será crítico para evitar uma deterioração no perfil de crédito da região”.

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