Repsol vai reciclar óleos alimentares para duplicar a produção de biocombustíveis
A empresa acaba de anunciar o investimento de 188 milhões de euros na construção da primeira unidade de biocombustíveis avançados "com capacidade para produzir 250.000 toneladas por ano".
A petrolífera espanhola Repsol quer ser neutra em carbono até 2050 e para isso tem como objetivo duplicar a produção de biocombustíveis fabricados a partir de óleos vegetais alimentares para 600.000 toneladas por ano já em 2030, das quais cerca de metade serão provenientes de resíduos a partir de 2025.
A empresa acaba de anunciar o investimento de 188 milhões de euros na construção, na sua refinaria de Cartagena, na região espanhola de Murcia, da primeira unidade de biocombustíveis avançados de baixa emissão em Espanha, “com capacidade para produzir 250.000 toneladas por ano de hidrobiodiesel, biojet, bionafta e biopropano“.
Com estreia prevista para 2023, esta unidade produzirá, a partir de matéria-prima reciclada (óleos alimentares), biocombustíveis de nova geração que podem ser utilizados em aviões, camiões ou carros, o que permitirá reduzir 900 mil toneladas de CO2 por ano — o que equivale a aproximadamente à absorção de CO2 de uma floresta com área semelhante a 180 mil campos de futebol, promete a Repsol em comunicado.
O projeto inclui ainda uma central de hidrogénio que irá alimentar uma “nova unidade de hidrotratamento equipada com tecnologia de ponta”.
“Com esta iniciativa, estamos a impulsionar, de forma decisiva, uma nova rota tecnológica que será fundamental no nosso caminho para a neutralidade carbónica e que se junta aos projetos já implementados em eficiência energética, produção de eletricidade com baixas emissões, hidrogénio renovável, economia circular, combustíveis sintéticos e captura, uso e armazenamento de CO2, entre outros”, afirmou o CEO da Repsol, Josu Jon Imaz, citado no mesmo comunicado. A petrolífera prevê criar cerca de 1.000 empregos diretos e indiretos em diversas áreas com a construção e o arranque da nova refinaria.
Em 2020 a Repsol prevê reduzir o seu Indicador de Intensidade de Carbono em 3% em relação à base de 2016 e irá aumentar significativamente a capacidade de geração renovável para atingir zero emissões líquidas em 2050.
A empresa anunciou em junho o início de dois outros grandes projetos de descarbonização industrial na refinaria da Petronor. Além disso, com o objetivo de evoluir para um modelo energético de baixas emissões, a Repsol produziu em julho na sua refinaria de Puertollano o primeiro lote de biojet para aviação do mercado espanhol.
Na sua “orientação multi-energética”, a empresa também aumentou seu portfólio de ativos renováveis. Atualmente tem em Espanha 2.952 MW de capacidade instalada total de baixa emissão e desenvolve projetos renováveis de 2.300 MW. Em julho iniciou a construção do seu maior parque fotovoltaico, Valdesolar (Badajoz), que terá uma potência instalada total de 264 MW. Este foi o terceiro projeto renovável da empresa a iniciar as obras em Espanha.
O primeiro foi o parque eólico Delta, localizado entre as províncias de Zaragoza e Teruel, que iniciou a produção de energia elétrica em outubro e que terá 335 MW. O segundo, o Kappa fotovoltaico (Ciudad Real), cujas obras começaram em abril, terá uma potência instalada total de 126 MW. O portfólio de energias renováveis da Repsol inclui também o Delta 2, um projeto composto por 26 parques eólicos espalhados pelas três províncias aragonesas, com 860 MW.
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