Bolsas eufóricas com notícia de uma vacina com eficácia de 95%. Ações da Moderna disparam 18%

As principais bolsas europeias seguem em forte alta após o anúncio da Moderna de que a vacina que está a desenvolver contra a Covid-19 provou ter uma eficácia de 94,5%.

O rally da vacina contra a Covid-19 ganhou novo fôlego. Depois da Pfizer, foi a Moderna a anunciar dados encorajadores sobre as investigações que está a levar a cabo, reforçando a confiança dos investidores no fim da pandemia e consequente recuperação económica. As bolsas europeias acentuaram os ganhos após o anúncio, com a bolsa de Lisboa a acompanhar a tendência.

A farmacêutica anunciou que, nos testes de Fase 3 (em que 90 pacientes receberam placebo e cinco a vacina), a eficácia foi de 94,5%, estando a planear pedir ao regulador dos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA, na sigla em inglês), uma autorização de uso de emergência nas próximas semanas.

Nas negociações que antecipam a abertura de Wall Street, a Moderna dispara 18% para 105,10 dólares por ação, próxima de atingir máximos históricos. As ações de outras farmacêuticas que estão a trabalhar em terapêuticas contra a Covid-19 acompanham, como é o caso da Johnson & Johnson, que avança 1,4% em Nova Iorque.

Não só as farmacêuticas, mas vários outros setores (especialmente mais afetados pela pandemia) seguem em alta depois da notícia. Apesar da reação em bolsa não ser tão expressiva como a vivida na semana passada quando a Pfizer divulgou que a sua vacina experimental contra a Covid-19 tem 90% de eficácia, as ações acentuaram a tendência positiva.

Nos EUA, os futuros apontam para uma abertura em alta de Wall Street, com ganhos próximos de 1%. Na Europa, o índice Stoxx 600 sobe mais de 1,4% e acumula já um ganho superior a 14% em novembro, o que o coloca a caminho do melhor mês desde que há registo (ou seja, desde pelo menos 1987). A banca avança 4,5%, o setor de oil and gas ganha 3,5% e o setor automóvel sobe 3,4%.

"2021 deverá ser um ano mais recompensador para as ações europeias à medida que a região transita de um perdedor da Covid para um vencedor com a vacina, beneficiando da recuperação do PIB e do crescimento dos lucros por ação (EPS).”

Morgan Stanley

Em Lisboa, o PSI-20 avança 1,54% para 4.434,48 pontos, com o BCP em forte alta. O banco liderado por Miguel Maya — que ultrapassou esta manhã os 10 cêntimos por ação pela primeira vez em mais de dois meses — dispara 5,6% para 0,1053 euros, a acompanhar a banca europeia. Os CTT valorizam 6,7% para 2,32 euros por ação.

Os títulos mais expostos ao exterior são os que mais valorizam: a Mota-Engil ganha 6% para 1,314 euros e a Galp Energia ganha 5,06% para 9,088 euros. No papel, a Navigator avança 5,23%, a Altri soma 4,91% e a Semapa 3,92%. As exceções são a Nos (que perde 1,51% para 2,88 euros) e a família EDP, com a casa mãe a ceder 0,55% e a eólica EDP Renováveis a recuar 1,4%.

Os investidores mostram, assim, o entusiasmo com a perspetiva de recuperação. “2021 deverá ser um ano mais recompensador para as ações europeias à medida que a região transita de um perdedor da Covid para um vencedor com a vacina, beneficiando da recuperação do PIB e do crescimento dos lucros por ação”, antecipam os analistas do Morgan Stanley numa nota publicada esta segunda-feira, a que a Reuters teve acesso, na qual apontam para um potencial de valorização de 11% no próximo ano.

O maior apetite pelo risco causou, em consequência, uma fuga dos ativos-refúgio. O ouro sobe 1%, enquanto os juros das dívidas públicas dos países do euro agravam-se. O juro do benchmark europeu, as Bunds alemãs a dez anos, avança 3 pontos base para -0,52%, enquanto a yield das obrigações portuguesas com a mesma maturidade negoceiam em 0,136%.

Mas também neste caso o efeito é menor do que o sentido na semana passada e poderá não ser duradouro. “As notícias da vacina da Moderna impulsionaram o sentimento pelo risco e fizeram subir as yields, mas a reação não é tão forte como na semana passada com a Pfizer. A possibilidade de ter uma vacina disponível proximamente já está a ser incorporada”, aponta Antoine Bouvet, senior rates strategist do ING em Londres.

(Notícia atualizada às 13h40)

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