Pandemia está a afetar fortemente setor segurador, diz APS
A associação do setor salienta que vários ramos de seguros registam agravamento significativo dos custos com sinistros, um indicador que tende a piorar até final do ano, prevê a APS.
Os dados da indústria seguradora relativos ao mês de setembro de 2020 “revelam que o setor foi fortemente afetado pela pandemia que se reflete já no agravamento dos custos dos sinistros”, com alguns ramos a registarem um crescimento desses custos “superior ao verificado em 2019”, nomeadamente os seguros de multirriscos, de doença, de assistência no automóvel ou de crédito.
Em comunicado, a Associação Portuguesa de Seguradores (APS) afirma que a tendência “deverá estender-se aos restantes ramos de seguros até ao final do ano”. A organização destaca ainda a “redução da produção de seguros, em especial no ramo Vida que atinge mais de 40%.”
Para a APS, trata-se de uma tendência global, “que começa a evidenciar-se a nível nacional, um cenário que deverá agravar-se ao longo do próximo ano”. O setor segurador é um dos mais afetados pela pandemia a nível mundial, “atrás da Aviação e da Hotelaria – dois setores diretamente ligados ao turismo – segundo os dados recentemente divulgados no Relatório da McKinsey”, refere a entidade.
Além destes indicadores, “os impactos da crise económica no setor revelam-se também através da redução significativa nas carteiras de investimento das empresas de seguros, de quase 4% face ao final do ano anterior. Outro fator a ter em conta é a diminuição do rácio de cobertura do Requisito de Capital de Solvência (SCR) na ordem dos 6%, cifrando-se agora em 179%”.
Em Portugal, “o setor segurador continua a demonstrar uma importante capacidade de resiliência, e compromisso com os seus clientes, nomeadamente através das medidas de apoio às famílias, empresas e prestadores de serviços”, nota a associação liderada por José Galamba de Oliveira. De acordo com os dados disponíveis, acrescenta a APS, “existem já mais de 6 milhões os contratos a beneficiar de alterações ou de algum tipo de medida de apoio por parte das empresas de seguros”.
Além das medidas decorrentes da legislação especial aprovada, “foram também voluntariamente adotadas algumas iniciativas de apoio aos clientes e a realização de alterações extraordinárias nas políticas de responsabilidade corporativa e sustentabilidade, em cerca de 70% das empresas de seguros a operar em Portugal”, reforça o comunicado, notando que o setor “continua a assegurar a transferência de contribuições regulares, em diferentes áreas, como por exemplo a saúde, ao canalizar para o INEM um valor superior a 125 milhões de euros por ano ou para o Serviço Nacional de Bombeiros e Proteção Civil, para o qual são transferidos mais de 35 milhões de euros por ano”.
Recentemente, complementa a APS, “as empresas seguradoras decidiram prorrogar o âmbito temporal do Fundo Solidário até 30 de junho de 2021. O Fundo, no valor de 1,5 milhões de euros, destina-se a apoiar os familiares de um conjunto de profissionais que, no exercício da sua profissão ou de missão voluntária, tenham testado positivo a doença Covid-19 e, em consequência dela, tenham falecido ou venham a falecer”.
O Fundo também concede “apoio adicional às pessoas” que exercem “funções com o estatuto de voluntários no âmbito das profissões e setores”.
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