Não ter uma companhia aérea pode ser um problema de soberania, diz ministro francês da Economia

Le Maire revelou que deu um "empréstimo de sete mil milhões" à Air France e que ainda "vai ter de pôr mais algum dinheiro", porque não quer que a Air France "desapareça".

O ministro francês da Economia e Finanças defende que os governos europeus “não devem poupar dinheiro” no apoio às respetivas companhias aéreas e setor aeronáutico. Porque não ter uma companhia de bandeira pode criar um “problema de soberania”.

“Se deixarmos de ter a nossa companhia aérea isso poderá ser um problema para a soberania e, por isso, decidimos apoiar a Air France e vamos continuar a apoiar”, sublinhou Bruno Le Maire, numa entrevista conjunta com vários meios de comunicação social, durante uma visita a Lisboa.

“Estamos a apoiar fortemente o turismo e as atividades relacionadas. Decidimos fazer exatamente o mesmo com a Air France e com o setor aeronáutico e creio que não devemos poupar o nosso dinheiro para apoiar essa atividade, porque o que está subjacente é uma questão de soberania”, reforçou o responsável.

Creio que não devemos poupar o nosso dinheiro para apoiar essa atividade, porque o que está subjacente é uma questão de soberania.

Bruno Le Maire

Ministro francês da Economia e Finanças

Em França, colocámos muito dinheiro na Air France”, reconheceu. “Demos um empréstimo de sete mil milhões de euros. Não é coisa pouca. E posso dizer que vou ter de pôr mais algum dinheiro. Estamos prontos para o fazer, porque não queremos que a Air France desapareça”, avançou o responsável.

Questionado sobre se deveria haver uma solução europeia para que empresas como a TAP, que não se encaixaram no Quadro Temporário por causa da Covid-19 – a TAP recebeu um empréstimo de emergência – possam ter apoio, Le Maire disse estar “aberto a qualquer tipo de solução mesmo a nível europeu”. “O Plano de Recuperação tem de ser dedicado também a este tipo de setor da aviação e aeronáutico”, acrescentou.

No caso da aeronáutica, o responsável sublinhou que se trata de “um setor chave” e que não quer “que seja dividido entre a Comac na China e a Boeing nos Estados Unidos”.

A ideia de que a Europa precisa ganhar independência face à China e aos Estados foi uma ideia muito defendida pelo ministro francês, reconhecendo que a países como Portugal é necessário apresentar alternativas para que não fiquem dependentes do investimento chinês, como aconteceu com a entrada de capital chinês na EDP e REN no tempo da troika.

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