Bundesbank melhora previsão de contração da Alemanha este ano de 7,1% para 5,5%

  • Lusa
  • 11 Dezembro 2020

O banco central alemão prevê que a economia alemã cresça 3% em 2021 e 4,5% em 2022, contra 3,2% e 3,8%, respetivamente, nas projeções de junho.

O Bundesbank prevê que a economia alemã se contraia 5,5% este ano, menos do que tinha estimado em junho (um recuo de 7,1%), segundo os números ajustados aos efeitos do calendário, foi hoje anunciado.

O banco central alemão prevê que a economia alemã cresça 3% em 2021 e 4,5% em 2022, contra 3,2% e 3,8%, respetivamente, nas projeções de junho.

O Bundesbank publicou esta sexta-feira as suas novas projeções semestrais macroeconómicas, de crescimento e inflação, que refletem o impacto da pandemia de Covid-19.

A economia alemã recuperou fortemente no terceiro trimestre depois da queda dos contágios e do levantamento das medidas de contenção.

Mas no semestre de inverno, de outubro de 2020 a março de 2021, a recuperação económica da Alemanha poderá entrar novamente em colapso devido ao recrudescimento da pandemia no outono, embora não tanto como na primavera deste ano.

O Bundesbank prevê que a economia alemã cresça 1,8% em 2023.

Assim, “o Produto Interno Bruto (PIB) atingirá novamente o nível pré-crise no início de 2022“, com a contribuição da recuperação económica dos principais parceiros comerciais, de acordo com o relatório das previsões do Bundesbank.

O consumo privado continua a ser fortemente influenciado pela pandemia e por isso, no primeiro semestre deste ano, as despesas dos consumidores diminuíram acentuadamente em comparação com o seu rendimento disponível.

A percentagem de poupanças aumentou “involuntariamente”, de acordo com um inquérito do Bundesbank, tendo metade dos inquiridos afirmado ter reduzido o seu consumo devido à falta de produtos e serviços, que não estavam disponíveis devido a medidas de contenção.

Para um terço dos inquiridos, a razão para poupar foi o “medo de contágio”, enquanto o medo de perder o emprego e de não ter rendimentos foi menos importante.

“Se a pandemia for ultrapassada a partir da primavera de 2021, as poupanças involuntárias perderão peso” e o consumo privado recuperará “muito dinamicamente” e contribuirá para o crescimento económico, de acordo com o Bundesbank.

O mercado de trabalho manteve-se robusto durante a pandemia graças a medidas de apoio público como o trabalho a tempo reduzido (lay-off) e alguma recuperação no verão, depois da abertura da economia.

O Bundesbank reviu ainda em baixa as previsões de inflação para 0,4% em 2020, contra 0,8% na previsão de junho, na sequência da queda dos preços da energia e do IVA na Alemanha no segundo semestre do ano.

Contudo, o Bundesbank reviu em alta as previsões da inflação para o próximo ano, para 1,8%, contra 1,1% em junho, e em baixa para 2022, para 1,3%, contra 1,6% anteriormente.

A inflação subjacente, que exclui os preços da energia e dos alimentos por serem mais voláteis, desce este ano, mas sobe em 2021 e 2022.

O Bundesbank estima que a Alemanha tenha um défice de 5% do PIB este ano (contra um excedente de 1,5% em 2019) e uma dívida de 70% do PIB, devido aos estabilizadores automáticos aplicados pelo Governo alemão, mas as finanças públicas deverão melhorar nos próximos anos com a recuperação económica e a retirada das medidas de apoio público devido à pandemia.

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