2021 traz mais ameaças cibernéticas mas menos investimento em cibersegurança

  • Trabalho
  • 12 Janeiro 2021

Em 2021, os "hackers" serão mais sofisticados e as empresas estarão mais expostas, já que poderão ter menos capacidade para investir em cibersegurança devido ao impacto da pandemia, revela a Dashlane.

A generalização do teletrabalho vai acelerar o aparecimento de novas ferramentas tecnológicas e de dependência dos serviços cloude SaaS (software-as-a-service). Apesar disso, haverá menos investimento em cibersegurança e, por consequência, mais crimes cibernéticos e fugas de dados.

A empresa especialista em gestão de passwords e proteção de identidade digital Dashlane, prevê que em 2021 o cumprimento do RGPD não será uma prioridade para as empresas e lembra que as mudanças na gestão de cookies vão penalizar sobretudo os pequenos negócios.

Conheça algumas das previsões da Dashlane para o setor tecnológico em 2021.

Novas ferramentas tecnológicas

O teletrabalho irá generalizar-se um pouco por todo o mundo, contribuindo para o aparecimento de novas ferramentas de TI, por parte dos gigantes da web (Google, Microsoft, Salesforce, etc.) mas também por parte de empresas mais pequenas que terão a oportunidade de crescer rapidamente se a sua solução for bem concebida.

De acordo com a Dashlane, uma das resoluções passaria por encontrar uma solução capaz de substituir VPN’s, o que resultaria numa generalização das ferramentas de segurança Zero Trust e Beyond Corp.

Aceleração e dependência de serviços cloud e SaaS

A transferência de dados na cloud e aplicações SaaS irá acelerar e, por outro lado, o método de hardware local – que consiste em manter os bens de TI fisicamente e localmente armazenados —, vai reduzir, prevê a empresa.

De um ponto de vista de segurança, isto irá aumentar a área de exposição das empresas e, por sua vez, os riscos que correm, aumentando a dependência das empresas de serviços de cloud. “A última falha na AWS (plataforma de serviços na cloud da Amazon) e as suas consequências são um bom exemplo disso”, sublinha a Dashlane em comunicado.

Ataques cibernéticos “mais inteligentes”

“Os cibercriminosos estão longe de ser parvos. Eles têm conscientemente adaptado as suas táticas às mudanças de 2020, e acontecerá exatamente o mesmo em 2021“, destaca a Dashlane.

Para 2021, a empresa prevê que os ataques sejam mais recorrentes e também mais especializados. Poderão ressurgir ataques via ransomware, poderá aumentar a sequestre digital e, com a chegada das vacinas contra a Covid-19, poderão aumentar possíveis esquemas de vacinas falsas.

Menos investimento na cibersegurança

O impacto da pandemia nas empresas poderá levar a uma redução do investimento em cibersegurança, que poderá ter repercussões a vários níveis: uma concentração do mercado de segurança, pois alguns prestadores de serviços não irão sobreviver a esta redução de clientes, empresas menos protegidas e aumento da fuga de dados.

Relativamente às passwords, a Dashlane aconselha a manter a estratégia em 2021: utilizar uma password forte, aleatória e diferente para todas as contas online.

“As empresas irão descobrir que, quanto mais informação pessoal obtiverem sobre os seus clientes — sem ser absolutamente necessário para o serviço que providenciam — mais irão ser alvo de ataques de hackers. E, com a redução dos orçamentos alocados a cibersegurança, os hackers serão mais bem sucedidos, o que irá representar um aumento no perigo para as empresas no caso de uma fuga de dados, seja do ponto de vista de degradação da imagem de marca, seja nas consequências legais e/ou financeiras”, explica a empresa.

Maior demora no cumprimento do RGPD

Outro impacto direto da Covid-19 e da consequente redução de despesas será que as empresas classificarão a conformidade com as regulamentações do RGPD na Europa — e a CCAC nos EUA — como uma baixa prioridade, prevê a Dashlane.

Com as próprias autoridades regulamentares a serem impactadas devido à pandemia, estas poderão ter tendência a focar-se nos grandes grupos económicos, trazendo más notícias para a proteção de dados pessoais, especialmente quando associadas à redução de investimento de cibersegurança das empresas.

“São longas batalhas legais e económicas que demorarão anos. Algumas podendo até criar o risco de arrastar a recuperação económica, o que não é de momento o objetivo dos agentes regulamentadores. E, mesmo que se implementem taxas locais — como é o caso da taxa GAFA em França — estas terão um impacto extremamente limitado quando comparado com as somas ganhas pelos gigantes da Internet em questão”, explica a Dahslane.

O engano de limitação de cookies da Internet

Por fim, a Dashlane alerta para as mudanças na gestão de cookies, que poderão atingir sobretudo os pequenos negócios. “Segundo os seus promotores, estas são postas em prática para melhor proteger a privacidade dos utilizadores da internet. Na realidade, esta mudança de método não irá prevenir que as grandes empresas ‘espiem’ os seus utilizadores. Estas irão simplesmente atingi-los através de outros métodos, cruzando os inúmeros dados recolhidos“, detalha a Dashlane. .

De acordo com a empresa, as verdadeiras vítimas serão os pequenos negócios que recorrem aos cookies para entender os seus clientes, e que não têm meios para usar outras tecnologias para o fazer, o que fará com que aumente a dependência de serviços de recolha de dados providenciados pelos gigantes tecnológicos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

2021 traz mais ameaças cibernéticas mas menos investimento em cibersegurança

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião